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Preta Gil revela aprendizado após quase morrer no tratamento contra câncer

Cantora destacou o apoio que recebeu do pai, Gilberto Gil, após sofrer uma septicemia e precisar ser reanimada por médicos

Preta Gil participou do programa ‘Roda Viva’

Preta Gil participou do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite da última segunda-feira (4). A artista comentou o tabu sobre a morte e falou de um aprendizado que teve com o pai, Gilberto Gil, após quase morrer durante o tratamento de um câncer, quando enfrentou um quadro de septicemia.

Questionada sobre o medo da morte, ela falou da relação com o patriarca. “Meu pai tem uma maneira de lidar com a morte, há muitos anos, diferente da gente. Aqui a gente por uma cultura ocidental é um tabu, a gente não fala sobre a morte. Meu pai sempre falou, inclusive ele tem músicas sobre isso, que eu estranhava”, contou.

A cantora, então, relembrou da sepse que enfrentou enquanto já havia sido diagnosticada com câncer. “Quando eu tive a septicemia, no começo do meu tratamento, ainda estava fazendo quimioterapia. Foi um divisor de águas muito importante na minha vida porque eu tive uma experiência de quase morte. Eu fui ressuscitada pelos médicos, eu voltei”.

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Preta teve quatro horas de perda de consciência após ser infectada pelo cateter da quimio. “Quando passei por essa experiência, meu pai foi me visitar no hospital. Eu estava muito debilitada e ainda estava correndo risco de vida. Eu ainda estava muito fragilizada e ele falava: ‘se conecte com a natureza’... ‘a vida tem um fim’... ele falou um monte de coisa, que na hora, obviamente que eu não entendi”, contou.

“Mas ele, de uma maneira muito poética, muito humana e muito afetiva - afinal de contas era a filha dele que estava ali deitada na cama - ele falou sobre eu encarar a morte. Sobre a possibilidade que a finitude poderia estar chegando pra mim e que eu não tivesse medo”, acrescentou a cantora.

Preta disse que, apesar do medo, começou a encarar a morte de outra forma. “Então eu comecei a lidar com isso, eu te diria que mudou, porque eu tenho medo da morte. Eu não estou que nem ele ainda, eu ainda tenho um pouco. Não é nem a morte em si, eu tenho medo de não viver”, disse ao destacar a importância das crianças da família e da neta na recuperação.

“Acho que eu tenho uma calmaria, não é uma coisa que me tire o sono, nem me angustie. Por isso eu cuido muito melhor da minha saúde para que eu tenha uma vida longeva, para que eu possa viver até quando Deus quiser”, afirmou. “A doença humaniza de verdade a morte, ela te aproxima muito da morte, você faz uma desconstrução desse tabu”, encerrou.

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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.