O ato heroico de
O ataque foi na quinta-feira passada (23), perto do horário de almoço. Ao ver uma confusão no local, ele decidiu reduzir a velocidade da moto para ver o que estava acontecendo. “A mulher estava puxando uma garotinha e ele [o agressor] puxando para o outro lado. Foi quando ele puxou a menina das mãos da professora e pegou a faca com ela nos braços. Era uma faca grande, freei a moto com toda força e joguei ela no chão”, recorda em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (26).
“A partir daí me lembro de flashs, não consigo ter uma memória de tudo o que aconteceu... Tirei o meu capacete e dei um golpe com toda a minha força na cabeça dele. Depois, com ele no chão, dei mais alguns golpes. Fui ver o estado da menina, estava com muito sangue e com muita dificuldade para respirar”, explica. “A menina muito pequena, ver aquela situação ali foi muito chocante”, lamenta.
O agressor foi detido pelo governo Irlandês, que não sabe a motivação do ato, mas descarta “terrorismo.” Ao todo, cinco pessoas foram esfaqueadas - sendo três crianças. A criança e a professora salvas por Caio seguem internadas em estado grave.
"Às vezes fico me cobrando. Será que se eu fosse um pouco mais rápido, elas teriam tomado menos facadas? Fiquei em estado de choque. À noite, tomei um remédio para me acalmar, mas não consegui dormir”, desabafa. O agressor seria um estrangeiro naturalizado irlandês, que vivia no país há 20 anos.
Após o ato heroico, o brasileiro ganhou uma vaquinha de presente intitulada “Pague uma cerveja para Caio Benício.” Até então, ele acumula R$ 2 milhões.
Há quase um ano na Irlanda, Caio decidiu se mudar para o país após seu restaurante em Niterói, na região Metropolitana do Rio de Janeiro, pegar fogo em 2019. Por falta de condições financeiras para reformar e reabrir o espaço, ele precisou mudar completamente a rota.
Sua esposa, Clara Benício, que mora no Brasil com os filhos do casal, comentou a atitude do marido. “Imagina o sofrimento de viver toda aquela situação e não ter ninguém para dar um colo, né? Então, assim, é uma pena, mas já já a gente vai tá juntinho com certeza”, disse.
Lara Benício e Breno Benício, filhos do casal, não escondem o orgulho do pai. “Foi emocionante ver meu pai tendo um ato tão bonito, porque ele colocou a vida dele em risco para salvar outras vidas”, pontua a adolescente. “Meu pai é um herói, mas ele não usa capa, ele usa capacete”, dispara Breno.
“Quando acontece um negócio desse você vê que vale a pena a presença dos filhos, amigos e família”, finaliza Caio - que pretende voltar para o Brasil.