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Motorista de app que atropelou Kayky Brito não consegue mais dirigir e ver imagens do atropelamento

Diones revela que tentou sair algumas vezes, mas sempre acha que alguém vai entrar na frente do seu carro e volta para a casa

Diones da Silva participou do ‘Encontro’ nesta quinta-feira

Diones da Silva, motorista de aplicativo que atropelou Kayky Brito, contou que não consegue mais dirigir devido ao trauma que sofreu após atingir o ator. A revelação foi feita durante o “Encontro com Patrícia Poeta” nesta quinta-feira (28). Na ocasião, ele aproveitou para explicar que também não consegue mais entrar no carro que atingiu o ator e, por isso, deve adquirir outro automóvel. No entanto, a prioridade hoje é tratar o trauma com ajuda psicológica.

“O aplicativo me bloqueou e depois me desbloqueou. Me ligaram e ofereceram um carro pra trabalhar 30 dias. Só que assim que eu saí pra trabalhar não consegui dirigir direito. Se eu vejo uma pessoa na calçada, fico com medo de ela atravessar na frente. Aí eu pego e volto pra casa. Não consigo sair pra trabalhar. Tenho procurado ajuda psicológica pra poder me tratar disso, por mais que a gente tenha nossa fé, a gente precisa de ajuda profissional. Somos seres espirituais vivendo uma experiência humana, então a gente precisa procurar eles”, comentou.

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Segundo ele, neste momento, a prioridade é cuidar da saúde mental. “Primeiro estou buscando me cuidar, me curar primeiro desse trauma, pra poder tá bem e tá no meu trabalho bem”, disse.

Conforme Diones, o carro que atingiu Kayky segue na oficina, mas, de qualquer forma, ele não consegue mais entrar no veículo. “O carro tá na oficina. Vai depender de peças e tudo. Ainda tenho as longas parcelas com juros para pagar. Uma parte da vakinha eu vou doar, porque eu quero ser a resposta da oração de alguém. Vou comprar outro carro pra trabalhar. Esse aí não tenho mais condições de entrar dentro dele. A gente pretende quitar isso com a ajuda de Deus, porque os juros são grandes”.

Ele conta que a iniciativa da vaquinha online, onde acumulou mais de R$ 179 mil, não foi dele e agradeceu as doações. “Foi da noite para o dia quando o advogado decidiu criar essa vaquinha, né? Então nem sabia disso, não tinha ideia de nada e ele falou: ‘vamos fazer isso pra ver se você consegue pelo menos a franquia e o seguro’. Foi e fez. No outro dia eu acordei com o Instagram com 15 mil seguidores, depois foi para mais de 100 mil e o carinho que recebi no direct tem sido muito reconfortante”.

Arquivamento do caso

Nessa quarta-feira (27), a polícia pediu o arquivamento do caso por constatar que Diones não teve culpa no atropelamento de Kayky. Ainda no “Encontro”, Ângelo Lages, delegado responsável pela investigação, deu detalhes do que foi apurado.

“Foi uma investigação muito complexa. A gente precisou captar imagens. O laudo pericial determinou que antes de chegar ao trecho ele vinha dentro da velocidade da via. Infelizmente, não foi possível evitar a colisão, uma vez que o pedestre atravessou muito em cima do carro, o motorista tentou fazer uma manobra, freou, mas não conseguiu evitar o atropelamento”, inicia.

Ele recorda também como Diones agiu após o atropelamento. “O condutor parou, solicitou o Corpo de Bombeiros, aguardou o socorro da vítima, aguardou a Polícia Militar, veio até a delegacia e se submeteu ao teste de alcoolemia, onde foi constatado que ele não havia ingerido bebida alcoólica ou entorpecente. Ou seja, ele cumpriu todos os requisitos legais. Assim, a investigação concluiu que o motorista de nenhuma forma concorreu para esse atropelamento”, disse.

Diones revela como ficou após a notícia. “Eu acordei ontem com essa notícia e foi muito gratificante. Eu já tinha convicção da minha inocência, relacionado a tudo, mas aguardando a justiça tornar isso público. Agradeço a Deus por ter deferido ao meu favor”, comentou.

Trauma

Na ocasião, Patrícia Poeta perguntou se ele tirou um peso das costas ao saber do pedido de arquivamento. “O peso [do arquivamento] com certeza, mas o trauma ainda carrego vendo as imagens. É um vídeo que eu nem gosto de ficar vendo, porque relembra o momento, né? Fica aquele looping dia, noite. Às vezes não consigo dormir, tenho tido crises de ansiedade e sempre fui uma pessoa tranquila. Da noite para o dia tua vida vira no 360, pra mim tudo é muito novo e assustados”, iniciou.

“Era minha última corrida. Estava indo embora e próximo ao destino de deixar a passageira. Descendo, assim, de repente, só vi uma pessoa correndo no meio da pista. A reação de imediato só foi jogar para a direita pra tentar desviar, mas foi inevitável porque ele veio de encontro”, continuou.

“Desci, parei o carro logo à frente. A única coisa que fiz foi clamar o nome de Jesus, que é meu maior amor. E preocupado com a pessoa, né? Não sabia quem era. Na hora eu não reconheci. Independente se era famoso ou não, era uma vida. Me prontifiquei rapidamente a chamar o socorro e eles vieram rápido”, finaliza.

Relembre o acidente

Kayky Brito foi atropelado ao atravessar a avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, por volta das 1h da manhã do dia 2 de setembro. Ele havia ido ao seu carro buscar alguns pertences e, quando foi voltar para o quiosque, foi atingido por um carro Fiat Argo. O veículo tentou desviar, no entanto, não conseguiu. Imagens de câmeras de segurança flagraram o exato momento do acidente.

Kayky foi socorrido e levado, inicialmente, para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. No entanto, a pedido da família, o ator foi transferido para o Hospital Copa D’Or. Ele sofreu traumatismo craniano, múltiplas fraturas no corpo e passou por cirurgias. O ator foi tirado da sedação e já respira sem a ajuda de aparelhos desde o dia 13. No dia 22, ele recebeu alta da UTI.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.