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Ator Victor Meyniel foi agredido com 42 socos em 37 segundos

Ator foi espancado por estudante de medicina em um prédio no Rio de Janeiro

Victor Meyniel foi espancado por estudante no dia 2 de setembro

O ator Victor Meyniel, de 26 anos, foi agredido com 42 socos em 37 segundos pelo estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, de 29 anos, conforme apontam imagens. As agressões ocorreram no dia 2 de setembro, no prédio onde o estudante mora, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

O Fantástico, da TV Globo, exibido nesse domingo (10), mostrou imagens do momento em que os dois estão na boate e depois seguem para o edifício onde Yuri reside. Por meio das imagens, a polícia conseguiu identificar tudo que ocorreu antes, durante e depois do ator ser agredido.

Victor revela que conheceu Yuri na boate - que fica em frente ao edifício onde o estudante mora - e depois aceitou o convite dele para tomar vinho juntos no apartamento. Às 5h12, Yuri tenta ligar para a médica Karina de Assis Carvalho por chamada de vídeo, no entanto, sem sucesso. Ela divide o apartamento com ele há dois meses.

Depois ele envia uma mensagem dizendo que iria abrir um vinho dela - mas que iria recompensá-la - e que estava com um famoso no apartamento com um milhão de seguidores. “Vamos fazer amizade”, afirma.

“Ela chegou por volta das 7h30 mais ou menos do plantão e ficou um clima completamente desconfortável. Ele ficou frio, completamente frio, distante. Eles começaram a se desentender entre eles, pois a porta estava destrancada e ele tinha aberto um vinho dela. Então, eu comecei a me sentir nervoso, acuado e comecei a quebrar o gelo porque eu sou assim, eu tenho essa personalidade”, afirmou Victor Meyniel ao “Fantástico”.

A médica afirmou à polícia que Victor a chamou de “esquisita e chata” e, em diversas vezes, entrou no quarto dela sem bater na porta. Em uma delas, ele levou um prato de comida. Karina disse, ainda, que ele teria visto ela sem roupa após o banho - o ator nega.

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Nas imagens exibidas, Yuri deixa o apartamento, vai para a academia e retorna depois de pouco mais de três minutos. Nesse meio tempo, a médica envia várias mensagens reclamando de Victor e pedindo para o estudante voltar. Conforme Victor, as agressões iniciaram logo depois.

“Bati na porta, ofereci um prato de comida a ela, conversei com ela. Perguntei do signo dela, brincando. Quando ele subiu, ele já numa agressividade, nossa, bizarra! Me colocou para fora do apartamento. Me expulsou, e me empurrou, eu caí, eu caí no corredor e eu comecei a ficar tentando entender na minha cabeça o porquê daquela situação, daquele ato agressivo”.

Ele nega que tenha ocorrido conversas sobre ele estar sendo “inconveniente”. “Tanto é que quando ele me empurra do apartamento, em vez de só pedir gentilmente, civilizadamente, ele me empurra, eu bato na porta, desesperado, por causa do meu sapato, começo a chorar e aí ele taca o sapato em mim. Ele está com o sapato e eu escuto ela de fundo, falar assim: calma, não é pra tanto, não precisa desse ato, não é pra tanto”, acrescentou.

O porteiro Gilmar José Agostini - que diz trabalhar no prédio há mais de 20 anos - assistiu às agressões de perto, bebeu café e nada fez. Após a briga, ele chega a puxar o ator pelo braço para retirá-lo do caminho.

Em depoimento, Gilmar conta que Victor chegou a desmaiar e que não entrou no meio por não gostar de “se meter” na vida dos outros. O ator disse que o porteiro só ligou para o síndico depois dele próprio acionar o 190. “É sobre prestar socorro, sobre ser empático, humano”, pontua.

Yuri se apresentou à polícia com informações mentirosas. Ele disse que era médico da Aeronáutica e que Karina era sua mulher, conforme relatou o delegado João Valentim, que investiga o caso. Para Valentim, as agressões só ocorreram após o ator perguntar para Yuri - na frente do porteiro - se ele não tinha assumido sua sexualidade.

O estudante foi preso em flagrante por lesão corporal, falsidade ideológica e injúria por preconceito de natureza homofóbica. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva durante audiência de custódia. O Ministério Público agora é quem deverá analisar o caso.

A defesa do estudante nega que ela seja homofóbico ao justificar que ele já foi casado com uma pessoa do mesmo sexo. A nota divulgada não nega as agressões, mas pontua que “há nos autos do processo exame de corpo de delito realizado por perito oficial que prova que as lesões não geraram incapacidade, perigo de vida ou debilidade permanente”.

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