A escritora Heloisa Buarque de Hollanda, de 83 anos, contou que está em processo de mudança de nome. O motivo é que ela não quer ser “reconhecida pelo sobrenome do marido falecido”, Luiz Buarque de Hollanda. Também pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Heloisa irá adotar o sobrenome materno. As informações são do O Globo.
Agora, Heloisa Teixeira, a escritora contou ao O Globo que a intenção é homenagear uma mulher que teve a “potência feminina oprimida” pelo patriarcado. Vale lembrar que no próximo dia 28 ela toma posse na Academia Brasileira de Letras (ABL).
“Tem uma hora que a ficha cai, principalmente, com a coisa feminista. De repente, falei: ‘Caraca, tenho o nome do marido’ (seu primeiro companheiro). E não era qualquer sobrenome, era um que chamava muita atenção”, disse ao portal.
“Casei 50 anos atrás. Naquela época, era uma ofensa não colocar o nome do marido. E depois da separação, a minha geração ainda permaneceu carregando o nome. Era a hora de eu ter pulado fora. Não pulei. Talvez porque encontre o nome lindo, porque me facilite, por pura preguiça, total inércia. Mas aí caiu a ficha e falou ‘não quero mais’. Quero ter o sobrenome da minha mãe”, completou.
A escritora, que possui 11 tatuagens, sendo a primeira feita aos 78 anos, decidiu, inclusive, cravar o novo sobrenome em seu corpo. Com novos livros para serem lançados, Heloisa foi perguntada pelo O Globo se as obras terão seu novo nome.
“Acho que, no final, Helô Teixeira vai virar um heterônimo. Quando eu for falar de mim, será Heloisa Teixeira. Quando for sobre o inconsciente, será Buarque. Fica mais viável. Se eu fosse trans poderia me ofender se falassem outra coisa. Mas não é o caso”, afirma.
