Harrison Ford não envelhece. Ou, pelo menos, seu personagem mais famoso. Indiana Jones está de volta para viver aventuras inacreditáveis no quinto episódio da saga cinematográfica, “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, quinze anos após o último lançamento.
Apresentada nesta quinta (18) em Cannes, na França, a película gerou comoção no público e, principalmente no astro que, de forma surpreendente, foi agraciado com uma Palma de Ouro honorária, antes da exibição, a exemplo do que já havia acontecido com Tom Cruise em 2022, na ocasião da estreia de “Top Gun: Maverick”, que posteriormente concorreu ao Oscar na categoria melhor filme.
Aos 80 anos, Ford se declarou “profundamente emocionado”. Nem precisava. Sua expressão o entregava. Ao lado da esposa Calista Flockhart, ele foi aplaudido entusiasticamente pelos presentes à cerimônia. No tapete vermelho, também estava o cacique Raoni, que subiu a rampa do Palácio do Planalto com o presidente Lula durante a posse do mandatário, no dia 1º de janeiro deste ano.
Durante as filmagens de “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, Ford se submeteu a um processo de “rejuvenescimento” artificial, para cenas em que o longa-metragem remetia ao passado. Aproveitamos a oportunidade para relembrar curiosidades sobre Indiana Jones.
James Bond ou Indiana Jones?
Criadores da saga “Indiana Jones”, Steven Spielberg e George Lucas passavam férias no Havaí quando a ideia da personagem se concretizou. Lucas já vinha pensando em um arqueólogo aventureiro que percorre o mundo em busca de tesouros perdidos. Spielberg queria filmar um novo James Bond, o famoso agente secreto que atende pelo código de 007, quando Lucas contou a ele sobre Indiana. Foi o começo de uma longa e bem-sucedida aventura cinematográfica que bateu recordes de bilheteria.
Inspiração
Uma mistura do descobridor das ruínas de Machu Picchu, no Peru, com os caubóis de Clint Eastwood e Tintim, repórter e aventureiro de origem belga, sempre acompanhado por seu simpático cachorrinho Milu. Foi também a cadela de George Lucas quem forneceu o apelido pelo qual o herói, de nome Henry, é conhecido. Assim nasceu Indiana Jones, dono do chicote mais rápido dos rincões do mundo em sua sanha de exploração, com o indefectível chapéu de couro sobre a cabeça cheia de curiosidades.
Liberdade criativa
Alusões ao filme “Guerra nas Estrelas”, outro sucesso incontestável de George Lucas, são frequentes nos episódios de “Indiana Jones”, embora uma história pertença ao passado e a outra anteveja o futuro. Outras liberdades criativas também foram tomadas pelos criadores, como a utilização de bazucas que ainda não existiam na época da história. Afinal, em 1936, período da ambientação, a arma potente sequer era uma especulação. Do mesmo modo, o conhecimento da Tailândia em um mapa do explorador é a mais pura ficção, já que o país asiático ainda não havia sido descoberto.
Última opção
Quatro atores foram tentados antes de Harrison Ford assumir definitivamente o papel de Indiana Jones e se consagrar. Nick Nolte, Jeff Bridges e Bill Murray não vingaram, e Tom Selleck estava comprometido com a série “Magnum”. Então, George Lucas finalmente aceitou Ford, sugestão inicial de Spielberg à qual ele resistia por conta da associação com a personagem Hans Solo de “Guerra nas Estrelas”.
O mesmo aconteceu com Willie, a namorada aventureira do herói. Sharon Stone foi uma das mil atrizes que passaram pela audição, sem sucesso. Kate Capshaw ficou com o papel, o único de destaque de toda a sua carreira.
Oscar
O último Oscar consagrou o filme “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, focado nas desventuras para além da consciência de uma família asiática. Ke Huy Quan foi um dos agraciados pelo longa-metragem, na categoria melhor ator coadjuvante. Refugiado de origem vietnamita, ele participou do filme “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, quando tinha apenas 12 anos de idade, e se emocionou ao reencontrar Harrison Ford décadas depois, desta vez no pódio mais alto da mais midiática das premiações cinematográficas.