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Simone comemora 50 anos de carreira com clássicos do amor e da esperança

Cantora baiana, nascida no dia 25 de dezembro, é responsável por sucessos do porte de ‘Começar de Novo’ e ‘Tô Voltando’

A cantora Simone começou sua carreira fonográfica em 1973, e logo estourou com sucessos de Chico Buarque e Ivan Lins

Um único nome, que representa muito na música brasileira. Simone é muito mais do que a cantora que nasceu no dia 25 de dezembro e dedicou um disco inteiro às músicas de Natal. Para além dos discos de ouro que acumulou ao longo da carreira, a maior vendedora de discos da década de 1980 é também uma intérprete de timbre inconfundível, vocacionada às canções românticas e que, quando foi chamada à luta, jamais deixou de dar o seu recado através da música brasileira. Agora, Simone comemora 50 anos de uma carreira vitoriosa.

O primeiro LP lançado, em 1973, já revelava o talento da garota de apenas 23 anos, em canções como “Morena”, “Caminho do Sol” e “Tudo Que Você Podia Ser”, esta última dos irmãos mineiros Márcio e Lô Borges, filiados ao Clube da Esquina de Milton Nascimento. Na sequência, Simone dividiu um álbum com o sambista Roberto Ribeiro, gravado em Bruxelas, na Bélgica, exibindo toda a sua desenvoltura para percorrer diversos ritmos. Ela caía no samba e na MPB.

Produzida por Hermínio Bello de Carvalho e Milton Nascimento, a cantora lançou ainda mais dois discos, antes de estourar nacionalmente em 1976, quando sua voz pôde ser ouvida na trilha sonora do filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, interpretando um clássico de Chico Buarque: “O Que Será”, que posteriormente receberia uma versão do próprio Chico e de Milton Nascimento.

Novamente uma trilha sonora catapultou a carreira de Simone, quando ela cantou o tema de abertura do seriado “Malu Mulher”, ícone do feminismo na televisão brasileira. “Começar de Novo”, música de Ivan Lins e Vitor Martins bateu todos os recordes vigentes e foi registrada no disco “Pedaços”, de 1979, que ainda trouxe outro sucesso atemporal de Simone, transformado em hino da anistia no momento em que o país ainda se debatia contra a ditadura: “Tô Voltando”, de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, saudava os exilados...

O sucesso foi tão acachapante que Simone decidiu registrar o espetáculo num LP ao vivo, o primeiro de sua carreira, em 1980. Intérprete cada vez mais requisitada por compositores da tarimba de Ivan Lins, Chico Buarque, Milton Nascimento, João Bosco, Gilberto Gil, Sueli Costa, Fátima Guedes, e etc., Simone levou para sua coleção de hits as inesquecíveis “Verdade”, “Jura Secreta”, “Noite dos Mascarados”, “Beija, Me Beija, Me Beija”, e tantas outras...

Ao lado de Chico Buarque, eternizou sua versão para Iolanda, assim como, num dueto com Cazuza, concebeu um registro emocionante para “Codinome Beija-Flor”. Como dizia um famoso samba-enredo tornado clássico pela cantora: “Meu destino será como Deus quiser”. O amanhã de Simone certamente será regado a música, afinal, ela é a cigarra da música brasileira...