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“O Inferno de Dante” em BH: exposição recria o universo do autor da “Divina Comédia

Obra do italiano influencia artes e religião há 700 anos

Fotógrafa italiana interpretou a obra de Dante

Você conhece a ‘Divina Comédia’? Foi escrita por Dante Alighieri entre 1306 e 1321 e é uma das obras mais importantes de todos os tempos. Dante detalha pacientemente o céu e o inferno em uma jornada de salvação que é também uma história de amor: o personagem Dante atravessa os reinos dos mortos até o Paraíso para encontrar a mulher que ama, Beatriz.

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Dante escrevia sobre uma ideia de pureza e redenção e criticava a igreja medieval e o comportamento pouco cristão de alguns papas. Por isso, a “Divina Comédia” foi jogada no limbo e só renasceu no século XVIII.

” A ‘Divina Comédia” quase desapareceu da literatura ocidental. Nos anos 1600 e até 1700 ela quase foi abandonada e só seria redescoberta pelos românticos alemães, que começaram a traduzi-la. A partir daí ela foi redescoberta até mesmo na Itália. É uma grande crítica ao Vaticano e a papas corruptos. Tentaram abafar a “Divina Comédia” da cultura popular por não aceitar essas críticas”, explica Anna Palma, professora de literatura italiana da UFMG.

É uma história sobre a virtude, a redenção do bem e a busca pela salvação: o poeta atravessa o inferno e entra no paraíso. Em busca de seu amor, Beatriz, consegue ver Deus. Um marco do Renascimento.

Língua italiana

Um dos livros fundamentais do ocidente, escrito em verso, a ‘Divina Comédia’ ajudou a criar a língua italiana. No lugar do latim — a língua literária da época — Dante usou o dialeto falado em Florença, e sem querer definiu o italiano conhecido até hoje.

“Essa palavra é muito importante: escolha. O Dante escolheu escrever em ‘língua vulgar’, o dialeto de Florença. Esse dialeto se consolidou como o italiano conhecido hoje. Lógico que com transformações porque a língua é viva”, explica a historiadora Clarita Gonzaga, coordenadora do Programa Educativo da Casa Fiat.

Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia desde 2022. Mestrando em Comunicação Social na UFMG, fez pós-graduação na Escola do Legislativo da ALMG e jornalismo na Fumec. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo