“Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” foi o maior vencedor da 95ª edição do Oscar e conquistou sete prêmios, incluindo o mais importante da noite: o longa sino-americano, dirigido por Daniel Kwan e Daniel Scheinert, faturou a estatueta de Melhor Filme, superando sucessos de bilheteria como “Avatar: O Caminho da Água” e “Top Gun: Maverick”.
Classificado como uma comédia surrealista, “Tudo em Todo Lugar” conta a história de uma família de imigrantes chineses nos Estados Unidos e em realidades paralelas em que vivem experiências diferentes. “É um filme sobre a experiência de uma família imigrante, sobre uma dona de uma lavanderia, e a relação dela com o pai idoso, com a filha lésbica e com o marido”, descreveu o crítico e programador de cinema Daniel Oliveira.
“A dúvida não era mais se o longa iria ganhar o prêmio de Melhor Filme, mas quantos Oscars ele também ia levar”, destacou. Na noite da premiação, indicado em 11 categorias, “Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” conquistou sete estatuetas, incluindo os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante, para Ke Huy Quan, e Melhor Atriz Coadjuvante, para Jamie Lee Curtis, além das categorias técnicas. Michelle Yeoh, que vive a protagonista, levou para casa a estatueta de Melhor Atriz.
Primeira Melhor Atriz asiática
Primeira artista de origem asiática indicada na categoria, Yeoh é a segunda atriz não-branca a conquistar o prêmio desde Halle Berry, que venceu em 2002, pelo papel em “A Última Ceia”. “Michelle é, talvez, a única atriz no mundo que pudesse ter interpretado aquele papel que transita entre uma imigrante chinês simples, que de repente também é uma mestre em artes marciais e uma estrela de cinema”, analisou Oliveira.
Com um orçamento enxuto para Hollywood, de cerca de US$ 25 mil, a produção surpreendeu especialistas por sua qualidade. “O filme parece custar muito mais que isso. São inúmeros cenários, figurinos e efeitos feitos com extrema competência. As pessoas que fazem cinema, que trabalham com o cinema, reconhecem muito os méritos e a dificuldade de se fazer esse filme”, explicou o crítico.
“Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” também recebeu os prêmios de Melhor Direção, para Daniel Kwan e Daniel Scheinert, além de Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem.
(sob supervisão de Enzo Menezes)
