A minissérie “Todo Dia a Mesma Noite”, que aborda o incêndio da boa Kiss, estreou nesta quarta-feira (25) na Netflix - dois dias antes da tragédia completar 10 anos. Nas redes sociais, Daniela Arbex, autora do livro que a série é baseada, agradeceu a plataforma “pela coragem de colocar o Brasil nas telas” e mostrar “nossas dores”.
“Estreamos. E desde às cinco da manhã venho recebendo mensagens emocionantes sobre a força de um projeto em prol da construção da memória, do combate ao esquecimento e da luta contra a impunidade. Que a minissérie Todo dia a Mesma Noite reverbere e amplifique todas essas vozes. Pra que nunca mais se repita”, escreveu Daniela Arbex.
Daniela disse ainda que a maioria dos comentários que recebe são positivos, mas que algumas pessoas ainda não enxergaram “a importância de contar essa história para 180 países”.
“Algumas pessoas sustentam que isso não trará esses meninos e meninas de volta. Respondo a essas críticas com uma pergunta: a quem interessa o ‘silenciamento’ dessa história? Não falar sobre o que aconteceu em 27 de janeiro de 2013 só beneficia os réus e a impunidade. Memória e justiça caminham juntas. Sem memória não há justiça!”, destacou.
Com cinco episódios, a série relata desde o incêndio até a busca por justiça por parte da família das vítimas nesta uma década da tragédia.
Leia também:
Incêndio
Duzentas e quarenta e duas pessoas morreram no incêndio ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 27 de janeiro de 2013. O local pegou fogo após uma banda usar artefatos pirotécnicos e estes atingirem a espuma acústica da boate.
Além das 242 mortes, mais de 600 pessoas tiveram complicações causadas pela inalação de fumaça tóxica. Os acusados seguem soltos após o júri que os condenou à prisão ser anulado no fim do ano passado por “questões técnicas”.
Documentário
Além da série, o Globoplay preparou um documentário que será lançado nesta quinta-feira (26) sobre a tragédia. “Boate Kiss – A Tragédia de Santa Maria” traz relatos exclusivos de familiares e sobreviventes que buscam por Justiça.
O documentário tem direção do repórter Marcelo Canellas, que cresceu no município e cobriu o caso nos últimos anos.
