O Hamas assumiu os ataques a Israel neste sábado (7), em uma infiltração inédita de combatentes no território vizinho e o
O ataque ocorre exatamente 50 anos após o início da Guerra do Yom Kippur. Em 6 de outubro de 1973, durante o feriado sagrado, tropas do Egito e da Síria tentaram recuperar territórios na Península do Sinai tomados por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967).
A disputa por territórios na Palestina se estende desde a formação do estado moderno de Israel, em 1947, ao fim da Segunda Guerra, quando foi proposta pelas Nações Unidas a criação de dois estados - um árabe e um judeu. Assim, Israel foi reconhecido como país, e a disputa pelo território palestino se arrasta até hoje sem acordo.
O que é o Hamas?
O Hamas é o maior grupo de militantes islâmicos na Palestina. O nome é a junção das palavras em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”.
A organização teve início em 1988, na primeira intifada palestina contra a invasão israelense e ocupação de territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
Conforme o cientista político André Lajst, especialista em Israel e Oriente Médio, o Hamas surge em Gaza como braço da Irmandade Muçulmana do Egito. “A Irmandade Muçulmana é uma organização terrorista egípcia, laica, que já cometeu diversos atentados tentando tomar o poder. Não conseguiu, e tem tentáculos e células em vários países do Oriente Médio para tentar participar do processo político e impor sua visão religiosa”, explica.
Derivam daí as táticas do Hamas. “O Hamas trava uma guerra sangrenta contra civis e militares israelenses. Promove atentados, sabotagens, explosões e sequestros para tentar ter ganhos políticos militares e ideológicos estratégicos com essas ações”, aponta Lajst.
O professor lembra que “o Hamas enviava homens-bomba para Israel”. Desde 2001, com a impossibilidade de atravessar a fronteira, o grupo trocou a estratégia pelo lançamento de foguetes. “Mais de 30 mil foguetes já foram lançados nestes 23 anos (pelo Hamas)”, compara.
O conflito de hoje, lembra André Lajst, é de inteira responsabilidade do grupo islãmico. “Se é para encontrar um culpado, evidentemente é a liderança do Hamas, de quem faz parte do grupo e de sua decisão de invadir o território cometendo atos de atrocidade, sequestrando civis e violando todas as regras do direito internacional”, afirma.
Terrorismo
O Estatuto do Hamas marca o atual território israelense como terra islâmica da Palestina histórica e rejeita qualquer acordo de paz com o governo judeu e seu povo. Por isso, o Hamas é considerado pela União Europeia, pelos Estados Unidos, o Reino Unido e Israel como grupo terrorista e antissemita.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que o Hamas “cometeu um grave erro e lançou uma guerra” na Faixa de Gaza. Já o presidente palestino, Mahmoud Abbas, diz que é direito do povo se defender contra o “terror dos colonos e das tropas de ocupação”, segundo a Reuters.