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Competição que premia com dinheiro crianças por caçar e matar gatos é cancelada; entenda

Os caçadores têm menos de 14 anos e podem matar o máximo de gatos selvagens que conseguirem; quem matar mais ganha R$775,98

Imagem ilustrativa

Uma competição de caça a gatos selvagens, da qual participam crianças menores de 14 anos, foi cancelada na Nova Zelândia após a SPCA condenar o ato. A instituição protege animais no país e afirmou em comunicado que era impossível para as crianças saberem a diferença entre um gato doméstico e selvagem, vadio ou “assustado.” Os animais seriam caçados até junho deste ano.

“Os organizadores afirmaram que os gatos serão escaneados quanto à presença de um microchip para identificar gatos de estimação, no entanto, isso será feito depois que o animal for baleado e morto”, disse comunicado da SPCA.

Conforme a direção da North Canterbury Hunting Competition, organizadora do evento, as crianças menores de 14 anos podiam matar o máximo de gatos selvagens que conseguissem até o final de junho e aqueles que matasse mais ganharia $ 250 (R$775,98).

Essa regra movimentou organizações de direitos dos animais pelo país que temiam o fato de as crianças não saberem identificar os gatos selvagens dos domésticos, conforme informações do jornal local NZHERALD.

Em nota, os organizadores disseram estar “desapontados” com a retirada da categoria. Eles defenderam a inclusão original da categoria, explicando que os caçadores eram obrigados a cumprir a lei de armas de fogo de 1983 e futuras emendas, bem como a lei de bem-estar animal de 1999.

Por outro lado, a SPCA apontou que em eventos de caça como o de North Canterbury, normalmente são usados rifles de ar comprimido, o que aumenta a probabilidade de dor e sofrimento na morte prolongada de animais.

Entenda

A instituição de caridade animal SAFE pediu, em 17 de abril, para que os organizadores da Competição de Caça de North Canterbury retirassem a categoria de “gatos mais selvagens caçados” da competição anual de arrecadação de fundos para Rotherham School and Community Pool.

“Já é ruim o suficiente que os jovens sejam ensinados e encorajados a matar pequenos animais”, disse o porta-voz da SAFE, Will Appelbe ao jornal local.

“Há pouca ou nenhuma diferença na aparência física de gatos selvagens, vadios e de estimação, e desqualificar gatos mortos com microchips é um pouco tarde demais”.

Uma pessoa comentou em uma postagem de mídia social feita pela competição: “Isso não é maneira de ensinar empatia às crianças”.

Jornalista graduada em 2005 pelo Centro Universitário Newton Paiva, com experiência em rádio e televisão. Desde 2022 atua como repórter de cidades na Itatiaia.