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Valores, percentuais e filiados: veja diferenças entre Libra e Forte Futebol

Atlético oficializou mudança de lado na discussão sobre ligas no futebol brasileiro

Clubes buscam consenso para organizar o Campeonato Brasileiro

O Atlético assinou, nesta terça-feira (11), acordo para integrar a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Com isso, o clube deixa a Liga Forte Futebol (LFF). O Internacional avalia realizar o mesmo movimento, mas depende da aprovação do Conselho Deliberativo. A Itatiaia detalha, abaixo, o que está proposto por cada um dos blocos.

O atual panorama, sem consenso para organização de um campeonato, permite apenas a venda de direitos televisivos. A comercialização em bloco é possível pela Lei do Mandante. Nesse contexto, a CBF seguirá responsável pela organização do Campeonato Brasileiro mesmo depois de 2025.

Os acordos assinados para a venda dos direitos de transmissão valem a partir de 2025. Até o momento, 22 dos 25 clubes necessários pelo estatuto da LFF já assinaram o acordo para validar a proposta. Pela Libra, o estatuto definiria 18 assinaturas para criação da Liga, mas não há essa exigência para comercializar os direitos televisivos.

Quem é quem? E os percentuais?

A Liga Forte Futebol apresentou proposta para dividir as cotas da seguinte maneira: 45% de forma igualitária, 30% por performance e 25% por audiência. O grupo tem como investidores o fundo Serengeti e com a gestora Life Capital Partners (LCP), ambos captados pela XP Investimentos.

A LFF captou R$ 2,3 bilhões por 20% de todas as receitas comerciais que forem geradas pelos clubes do bloco pelos próximos 50 anos. XP Investimentos, LiveMode e Alvarez Marsal prestaram consultoria e receberão cerca de 2,5% de comissão nas negociações.

A Libra propõe divisão diferente: 40% de forma igualitária, 30% por performance e 30% por audiência. O grupo de investimentos captado foi o Mubdala, dos Emirados Árabes Unidos.

O fundo oferece R$ 1,3 bilhão por 12,5% dos direitos para os clubes da Libra. O BTG Pactual e a Codajas Sports Kapital são os intermediadores. A comissão para as empresas gira em torno de 5%.

Valores para o Atlético

O Atlético receberia R$ 217 milhões caso tivesse assinado com a LFF. O acordo com a Libra, que oferece valores por um percentual menor, é de R$ 99 milhões. Aplicando a proporção, caso a LFF tivesse uma proposta sobre os 12,5%, o Galo receberia R$ 136 milhões - uma diferença de R$ 37 milhões.

Oficialmente, o Atlético afirmou que a mudança foi decidida pelo órgão colegiado e se deu por uma mudança de entendimento. O clube foi um dos expoentes da LFF ao longo do processo de discussões.

“O Galo decidiu aderir à Libra (Liga do Futebol Brasileiro), por entender que essa mudança representará, no longo prazo, maiores benefícios financeiros e institucionais para o Clube”, diz em parte do comunicado.

A Liga ainda espera um posicionamento oficial do Internacional, que também estuda a troca.

Os filiados

  • LFF: América, Athletico-PR, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Ceará, Chapecoense, CRB, Criciúma, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Juventude, Londrina, Operário-PR, Sport, Tombense e Vila Nova.

  • Libra: Bahia, Bragantino, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Ponte Preta, Sampaio Corrêa e Vitória.

  • Independentes: Botafogo, Cruzeiro, Coritiba e Vasco se uniram à LFF para comercialização de direitos comerciais. Oficialmente, os clubes não são filiados, mas os acordos comerciais respeitam os mesmos termos dos filiados.

Leonardo Parrela é repórter multimídia na área de esportes na Itatiaia. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, colaborou com Globo Esporte, UOL Esporte e Hoje Em Dia, onde cobriu Copa do Mundo, Olimpíada e grandes eventos.