Uma das séries mais aguardadas do ano estreou nesta quinta-feira (17) na
A série conta a história de um navio a vapor que segue a caminho para Nova York com migrantes Europeus. Nele, várias línguas e culturas se misturam em uma viagem alucinante. Neste trajeto, aparece o Prometheus - navio que está há meses desaparecido. A história então toma um péssimo rumo quando a tripulação decide embarcar nesse navio.
Os autores de 1899 concederam, recentemente, uma entrevista ao The Hollywood Reporter (THR) e revelaram algumas curiosidades da primeira temporada da série.
Gravada inteiramente em estúdio virtual
Engana-se quem pensa que 1899 contou com vários cenários. A série é a primeira da Netflix filmada inteiramente em um estúdio virtual, com Led-Volume, tecnologia usada anteriormente em The Mandalorian - do Disney Plus. Esta temporada, inclusive, foi toda filmada no estúdio Dark Bay Led, nos arredores de Berlim.
“A princípio, você acha que tudo é possível, mas não é. Mas essas limitações são realmente incríveis, porque ainda é uma ferramenta para criar ilusão. E acho que, especialmente como cineasta, você adora criar ilusões. Mesmo 24 quadros por segundo, criando movimento a partir de quadros estáticos, essa é a primeira ilusão que você cria como cineasta”, disse Baran bo Odar ao THR.
“O que aprendemos foi que, usando o estúdio Volume, o meio-campo é tudo. É um novo tipo de pensamento para a produção de filmes: você precisa pensar em camadas e como combinar essas camadas. Normalmente, o primeiro plano é o ator e o segundo plano é o que você tem na tela de volume de LED. Mas o meio termo, a coisa intermediária, é o que realmente une essas duas camadas e é a parte mais importante de todo o processo [...] Criar a ilusão de que o espaço virtual é um espaço tridimensional é fascinante”, acrescentou.
Foto de homem ensanguentado inspirou série
Ao The Hollywood Reporter (THR), os criadores da série explicaram que a crise dos refugiados europeus inspirou 1899. Mas a faísca foi a foto de “um homem de camisa branca coberto de sangue, com um martelo na mão e uma expressão estranha no rosto”. Na imagem, vista durante uma pesquisa na qual eles não se recordam, esse homem aparece sobre algo semelhante a um barco velho.
“Foi uma daquelas fotos que você se sente atraído, onde você imediatamente começa a fazer perguntas: O que ele fez com aquele martelo? De onde ele vem? Aonde ela está indo? O que é isso tudo? Imediatamente, tive a ideia de que poderia ser um migrante em um navio. Mas o que aconteceu naquele navio? Essa era a grande questão”, afirmou Jantje Friese.
“Nós pensamos: nós realmente queremos dar uma olhada na Europa, apenas pegá-la, colocá-la em um navio, em um espaço confinado, com muito oceano ao redor, de onde você não pode escapar, e fazer um pouco de experiência , quase como um experimento de laboratório”, acrescentou.
1899 = 666? Entenda
Data escolhida traz dados enigmáticos. “Ouvimos pessoas dizerem que é o momento perfeito porque as questões de 1899 estão muito presentes hoje. Mas claro, o número também é muito mágico: 1899 . Você pode fazer muitas coisas com ele. Um mais oito é nove. Então você tem 999. Se você virar de cabeça para baixo, é 666, o número da besta, então é mágico também”, esclareceu Baran bo Odar.
Não podia lembrar Titanic
A série se passa em um navio - como adiantamos aqui. No entanto, os criadores fizeram questão de fazer os espectadores não associarem 1899 à imagem de Titanic. “Uma referência que não usamos, e não porque não gostamos do filme, porque adoramos quando saiu, foi Titanic . Dissemos desde o início que 1899 não deveria se parecer com o Titanic . Deve ser diferente, porque você tem essa imagem de um grande navio a vapor indo da Europa para a América e imediatamente pensa que deve ser a versão cúbica do Titanic . Não é isso que queríamos”, afirmou ao THR.
Atores de até 12 línguas diferentes
Como se tratava de migrantes vindos de vários locais da Europa, as diferentes línguas - de 10 a 12 - se misturam em 1899. Este foi um desafio relatado por Baran bo Odar. “Foi um pouco complicado no começo. Eu tinha scripts fonéticos e estava constantemente olhando para o monitor e lendo junto, tentando seguir o diálogo, o que é difícil em francês, porque eles são muito rápidos, e é super difícil em cantonês, porque esse idioma parece ser de algum outro mundo. Então, um dia, disse a mim mesmo: vamos esquecer o que eles estão dizendo e ouvir como eles estão dizendo. Vamos olhar para eles como instrumentos musicais. Não são todas as palavras, mas você aprende como um idioma soa e, especialmente se fizer muitas tomadas, você se acostuma. E então, observando a expressão e a linguagem corporal, e todas essas coisas, você entende a performance. Mas aquele truque simples, ouvir a música em vez de tentar seguir a letra, me ajudou muito”.
Série já tem final
Assim como em Dark, os criadores disseram que a série já tem um final escrito. “Sempre gostamos de ter um final antes de começar. Queremos saber para onde vamos. Estamos passando por uma história e queremos saber como ela será resolvida no final. No meio, pode haver algumas ideias mais soltas. E, à medida que avançamos no processo, as ideias podem mudar e se mover para uma posição diferente”, destacou Friese.