Voz irreverente à frente do Kid Abelha e de canções que marcaram época, a cantora Paula Toller celebra quatro décadas de carreira com uma apresentação no Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no próximo sábado (22).
Com a turnê “Amorosa”, Toller relembra sucessos do Kid Abelha – projeto no qual esteve imersa por mais de trinta anos – e apresenta a inédita “Perguntas”, música do produtor Beni Borja.
Em entrevista, Paula Toller respondeu sobre a escolha do repertório, a produção da turnê, as memórias com o Kid Abelha e vida pessoal. Confira na íntegra:
Como você se prepara para uma turnê? Como é o processo de escolha do repertório, customização dos arranjos...?
Bom, o nome da turnê de 40 anos de carreira é inspirado no meu nome completo, que é Paula Toller Amora. No palco, canto hits de todas as fases da minha carreira. Anos 1980, 1990, 2000... É uma festa, e tem sido lindo relembrar a adolescência com o público. Uni ainda coisas que amo, canções radiofônicas, como Tim Maia, Mutantes, Charlie Brown Jr... Tenho uma banda incrível e conto com a direção musical do Liminha, que dispensa apresentações.
O Kid Abelha marcou gerações, Paula. Apesar do fim da banda, você mantém um compromisso de dar continuidade ao legado do Kid? Como é para você?
No repertório que escolhi e que traz o Kid (para a turnê), fiz uma ligação com uma pessoa que foi muito importante para mim, e que continua muito importante para mim mesmo após ter falecido. É o Beni Borja, compositor de “Fixação” e de outras músicas. Ele morreu no Natal passado, e a família dele lançou um disco póstumo maravilhoso, chamado “No Meio do Caminho”. Do disco eu escolhi uma música para a turnê, se chama “Perguntas”. O Liminha produziu, a banda tocou e nós estamos mostrando em primeira mão na turnê. A música só será lançada em novembro. E respondendo à pergunta, é isso que me faz manter vivo esse legado. Acho que o público vai gostar!”.
Sobre a turnê “Amorosa” em Belo Horizonte... Alguns artistas têm como ritual abrir turnês em BH. Por que você escolheu a capital?
Belo Horizonte é uma cidade fantástica. Tenho amigos, tenho família, e costumava passar férias (em BH) na minha infância. Adoro, inclusive, sair depois dos shows. E é um público roqueiro, que adora o Kid Abelha e adora minha carreira solo. Sempre que eu toco em Belo Horizonte, pode ser em um lugar pequeno ou grande, os lugares ficam lotados. E já vou avisando que temos cenários novos.
Sobre vida pessoal... Como você conciliou com a carreira?
Na minha casa, todos nós somos artistas. Meu marido é cineasta, roteirista e parceiro em algumas composições. Meu filho é cineasta e toca violão. A carreira invade nossa vida pessoal. O contrário é que eu não acho muito legal, sabe? Ficar contando muito sobre a vida pessoal para a imprensa, para o público. Não é isto que me faz especial. Na minha vida pessoal eu faço um monte de coisas normais. O que eu faço de realmente especial é o que eu mostro para as pessoas. É assim que eu fico feliz.
Em relação às experiências que você já viveu no palco, qual foi a mais emocionante até hoje?
Uma vez eu estava em um supermercado e um rapaz da limpeza chegou para mim, eu achando que ele ia pedir um autógrafo, mas ele só queria dizer: ‘obrigado, obrigado por suas músicas e por ter feito a gente feliz’. Então, esse foi um momento pequenininho, com uma pessoa só, mas que valeu todo o trabalho.
E sobre as redes sociais... Como você usa as ferramentas?
Acho a rede social muito legal, principalmente para divulgar meu trabalho diretamente. Você pode escrever o que quer, dizer o que quer. Mas, o meu veículo do coração, meu veículo predileto é o rádio. Eu cresci ouvindo o rádio. Muita da informação musical que construí veio através do rádio, da mistura que era o rádio dos anos 1970. É disso que eu gosto: ouvir noticiários, ouvir músicas. Eu gosto do rádio, mas a rede social é maneira também.
Paula Toller – “Amorosa”
Quando: Sábado (22), às 21h;
Onde: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1.537, Centro);
Quanto: a partir de R$ 100 (meia-entrada); ingressos são vendidos pelo site do Eventim e na bilheteria do teatro.