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Após dois anos de processo judicial, grades do Edifício JK são removidas

Ministério Público exigiu a retirada por descaracterizar o monumento de Belo Horizonte

Grades visavam proteger a área de pessoas em situação de rua e assaltantes

Grades que cercavam o Edifício JK, localizado no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de BH, foram removidas na manhã desta terça-feira (31). A disposição do gradil foi feita sem o aval da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

A estrutura foi instalada com o objetivo de impedir o acesso a uma esplanada do edifício com saída para a rua dos Timbiras. A PBH interviu, alegando que estava descaracterizando e tomando espaço de uma área de proteção da Praça Raul Soares.

A ação é proveniente de uma luta judicial entre síndicos do Edifício e o Ministério Público, que entrou na Justiça para exigir a remoção das estruturas. Administradores do prédio alegaram que o projeto visava reforçar a segurança dos moradores.

O pedido foi negado por ir contra a Lei 3.802, que trata da conservação do patrimônio cultural da capital mineira.

Qualquer tipo de obra que altere a formação do conjunto deve ter o aval da prefeitura. O edifício estava em curso para tombamento como patrimônio cultural da capital mineira, processo que se foi concluído em 2022.

Não é a primeira vez que um gradil é instalado no monumento. Em 2015 a administração do prédio posicionou grades ao redor do Bloco B para proteger o local de pessoas em situação de rua.

De acordo com a administração, elas poderiam causar estragos no edifício e, inclusive, poderiam ocasionar incêndios em função dos materiais recicláveis que eram guardados no local.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a administração do edifício e com a Prefeitura de Belo Horizonte, mas ainda não obteve retorno.

Formado em Jornalismo pelo UniBH, em 2022, foi repórter de cidades na Itatiaia e atualmente é editor dos canais de YouTube da empresa.