Um grupo criminoso formado por agenciadores de exames, proprietários e funcionários de autoescolas e agentes públicos, é investigado pelo Ministério Público de Minas (MPMG) suspeito de fraudes em todas as fases do processo de obtenção e renovação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A pedido do MPMG, foram expedidos pelo Juízo da Vara de Inquéritos de BH 31 mandados de busca e apreensão.
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A operação, deflagrada na manhã desta quinta-feira (1°), cumpriu mandados em Belo Horizonte, Contagem, Ribeirão das Neves, Betim, Ibirité, Lagoa Santa, Divinópolis, Nova Lima e Itaobim. Foram identificadas, conforme o MP, fraudes nas provas de legislação, em exames de direção veicular, em recursos a penalidades de trânsito, para renovação de CNH e em exames médicos para a habilitação ou renovação da CNH.
Cada fraude custava em torno de R$8 a R$10 mil, no caso de falsificação completa de uma CNH. Fraudes avulsas, conforme apurado, custavam em torno de R$ 3 mil.
Foram identificados, pelo menos, 40 acidentes de trânsito envolvendo beneficiários do esquema criminoso, sendo que em um desses acidentes uma mulher, passageira de um ônibus do transporte coletivo, teve a perna amputada.
Operação contra fraudes
O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), de Belo Horizonte, e da 11ª Promotoria de Justiça da capital, deflagrou na manhã desta quinta-feira (1°) a operação denominada Fraus Omnia.
A operação é realizada em conjunto com a Corregedoria Geral da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais e com a Polícia Militar de Minas Gerais (Batalhão Rotam, Batalhão de Choque, Companhia de Policiamento com Cães, Batalhão de Trânsito, Batalhão de Polícia Militar Rodoviária e Diretoria de Inteligência da PMMG).
O nome da operação é uma referência à expressão latina “fraus omnia corrumpit” (a fraude tudo corrompe), em alusão aos danos sociais causados pelas fraudes investigadas.