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‘Isso tudo virou um pesadelo’, diz cabeleireiro que levou filhos para motel com garotas de programa

Ele foi indiciado por conjunção carnal mediante fraude, fornecer bebida alcoólica para menores e por abandono intelectual, já que os adolescentes não estariam frequentando a escola

Adriano Gonçalves Castro deixou a unidade prisional na manhã do último domingo

“Eu me arrependo amargamente de ter cedido á vontade deles”. Isso foi o que disse para a Itatiaia o cabeleireiro e influenciador digital Adriano Gonçalves, de 34 anos, detido após uma confusão em um motel com três garotas de programa e os dois filhos adolescentes, de 15 e 16 anos. Ele negou ter agredido ou abusado das garotas de programa.

Adriano foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por conjunção carnal mediante fraude, fornecer bebida alcoólica para menores de 18 anos e por abandono intelectual, já que os adolescentes não estariam frequentando a escola.

No final de semana passado, Adriano foi posto em liberdade provisória com o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares.

Adriano começa falando sobre como tudo aconteceu após a vitória do Cruzeiro na semana passada. “A gente saiu do jogo estava muito feliz. Foi então que surgiu à vontade dos meus filhos (de conhecer a casa noturna). Eles me pediram e, em um momento de alegria, euforia e impulso, eu cedi. Mas achei que ia parar por ali.”

Segundo ele, ao chegar na boate de stripteaser, três garotas teriam se aproximado. “Acabei tomando uma dose a mais de Whisky. Meu filho tomou uma dose também. Elas começaram a querer levar a gente para poder fazer o programa. Elas fizeram um convite, falaram que era um quarto grande e que não precisava ficar todo mundo junto na mesma suíte”.

De acordo o boletim de ocorrência, o cabeleireiro e os filhos passaram a noite na boate na Savassi, na região Centro-Sul de BH, onde negociou o programa com as três garotas oferecendo R$ 500 para cada uma.

Todos os envolvidos foram para esse motel no bairro Olhos D'água, na região Oeste de Belo Horizonte, na sequência.

Segundo os militares, funcionários do motel não souberam explicar como os adolescentes entraram no estabelecimento. Elas disseram que só viram no carro o estilista com as três garotas, o que leva a polícia a crer que os jovens estavam escondidos no porta-malas.

Ele negou que escondeu os filhos para entrar no motel. “Essa história que falam que eu escondi meus filhos no porta-malas é mentira. Eles entraram no carro normal, não pediram o documento… Parece que as meninas conheciam o pessoal do motel e, chegando lá, houve um desacordo com uma das meninas”, disse.

O cabeleireiro afirmou que foi extorquido. “Isso porque foi combinado um valor e, no final das contas, elas falaram que sabiam quem eu era e estavam me cobrando um valor a mais do que foi combinado. Eu não queria pagar. Eu senti que não era justo.”

Adriano disse que “de forma alguma” forçou relação sexual. “Foi tudo com consentimento da garota. Jamais teria coragem de bater ou agredir. Repudio esse tipo de atitude”, completou.

Entretanto, de acordo com o registro policial, no quarto do motel, o empresário teria agredido uma das garotas com tapas no rosto e também a forçou a fazer o programa sem camisinha. A mulher não aceitou e chamou a polícia.

As garotas têm 29, 21 e 19 anos. A mulher agredida seria a de 21. Ela foi encaminhada, inclusive, para o Hospital Odilon Behrens para tomar um coquetel com antirretrovirais.

“Tudo isso virou um pesadelo na minha vida. Eu fui massacrado. Só agora eu consegui me manifestar. Essa é a verdade, eu jamais teria coragem de agredir ou fazer nada sem o consentimento de ninguém”, disse.

O cabeleireiro disse que está arrependido. “Assumo que errei. Mas, jamais, imaginei que iria tomar essa proporção. Eu não fui um pai tão presente na infância deles. Eu moro com eles há três anos e temos uma relação de pai e de amigo”, finalizou.

Ao ser questionado a ausência dos adolescentes na escola, ele disse: “Eles sempre tiveram dificuldades nos estudar. Eu acabei tentando introduzi-los na profissão de cabeleireiro. Hoje, eles são meu braço direito”.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.