“Ela está lutando pela vida”. O relato é da analista financeira Amanda Carmo, tutora de Malu, de 6 anos, que está internada em estado grave em uma clínica veterinária no bairro Prado, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A cachorrinha, que ingeriu petiscos Everyday, fabricados pela Bassar Pet Food, também teria sido intoxicada após consumir o produto. No entanto, a Polícia Civil ainda não divulgou laudos que confirmem que os petiscos são mesmo os responsáveis pelas contaminações. Até o momento,
Da raça shih-tzu,
Preocupada, a analista levou a cadela até uma clínica veterinária. “Ela chegou lá em estado grave, fez ultrassom, onde foi descoberto que órgãos estavam bem lesionados. A veterinária comentou do pâncreas dela, mas a uréia estava muito alta, a creatina bastante alterada. Ela ficou nessa clínica por uma semana e recebeu alta no último sábado”, disse.
No entanto, ela notou que Malu ainda não estava bem. “Ela continuou a ter tremores, estava com diarreia e também teve vômito. Na manhã de domingo, eu levei ela para a UFMG. Chegou no local, eles fizeram ultrassom e perceberam que estava tudo lesionado do mesmo jeito e a ureia com um resultado ainda maior. Em seguida, eles me encaminharam para clínica do bairro Prado”, acrescentou.
Após a repercussão dos casos envolvendo os petiscos, Amanda começou a ficar desconfiada. Malu também ingeriu petiscos da mesma marca e apresentava sintomas iguais aos dos cães com suspeita de intoxicação.
Nessa quinta-feira (1ª), ela procurou a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência e entregou o pacote de petiscos, que Malu ingeriu, para serem periciados pela instituição. “Tudo indica que realmente foi o petisco, porque ela é uma cachorra muito saudável. Já fiz todos os exames dela de carrapato, leishmaniose, todas as doenças que poderiam atacar os órgãos do jeito que está. Todos deram negativos”, explicou.
Incerteza na recuperação
Malu segue internada em estado grave e sua recuperação ainda é incerta. Bastante abalada, Amanda explicou que os rins, pâncreas e o fígado da cadela estão bastante afetados. Na quarta, ela passou por transfusão de sangue. “Ela não pode fazer hemodiálise, porque ela não resistiria. Também não pode tomar uma dosagem maior de remédio, porque ela não sobreviveria”, lamentou a tutora.
A cadela se alimenta pelo nariz e está fazendo uso de oxigênio. “Ela está lutando pela vida. Os médicos não falam se ela vai morrer ou sobreviver. A gente está tendo um custo muito alto, porque a gente está lutando pela vida dela e a gente vê que ela está lutando também. A gente chega lá, ela abana o rabinho, sabe?”, completou.
Despesas chegam a R$ 10 mil
Amanda tem custeado todos os tratamentos possíveis para que Malu se recupere. Na primeira clínica, ela gastou R$ 1,5 mil, mas, somando tudo, o gasto teria alcançado R$ 10 mil.
“Malu é como se fosse da família. O gasto que eu estou tendo é absurdo. A gente estima que, em uma semana, gastamos R$ 10 mil. A minha torcida é para que ela volte pra casa e possa viver normalmente”, acrescentou.
Bassar recolhe lote
Em nota, a Bassar Pet Food, empresa fabricante dos petiscos, explicou que não usa etilenoglicol na composição dos seus produtos, mas que recolheu o lote 3554 do snack Everyday. Além disso, informou que “enviou os produtos citados para análise no laboratório no Centro de Qualidade Analítica, cujo resultado deve ser divulgado nos próximos dias”.
A empresa destacou que o lote foi removido “por precaução” e que “desde que recebeu o primeiro relato de possível intoxicação” tem tomado todas as providências. “A Bassar reforça que não há nenhum laudo conclusivo sobre a causa da morte dos cães e está segura da excelência e da segurança de seus processos de fabricação”, afirmou.
A Bassar disse ainda que usa propilenoglicol nos produtos e que os insumos são adquiridos de “empresas idôneas e devidamente cadastradas no MAPA”. A empresa lembrou que funcionários do MAPA realizaram inspeção no local e que nenhuma irregularidade ou contaminação na linha de produção foi encontrada.
“Em seus 5 anos de história, a Bassar Pet Food jamais passou por situação semelhante, se solidariza com a dor dos tutores e reforça a confiança nos processos de fabricação, além de reiterar que preza pela qualidade de seus produtos e pelo bem-estar e satisfação de seus clientes”, conclui a empresa.
A Polícia Civil investiga também outros petiscos da fabricante.