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Ministério das Mulheres repudia caso de estudantes de medicina em ‘masturbação coletiva’

Alunos ficaram pelados durante jogos no interior de São Paulo

Estudantes de medicina fazem “masturbação coletiva” durante jogo de vôlei feminino

O Ministério das Mulheres divulgou uma nota em repúdio ao caso dos estudantes de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) que ficaram pelados e simularam “masturbação coletiva” durante uma competição universitária em São Carlos, no interior de São Paulo.

“Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas — elas devem ser combatidas com o rigor da lei”, afirmou o comunicado.

A pasta reforçou que, em parceria com o Ministério da Educação, tem o “compromisso compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência”, disse.

Vídeos das atitudes dos estudantes viralizaram nas redes sociais nesse fim de semana. Em um deles, os estudantes aparecem se masturbando durante uma partida de vôlei feminino.

Os jogos entre estudantes de medicina aconteceram entre os dias 28 de abril de 1º de maio deste ano, em um evento chamado Calomed, conforme nota enviada à Itatiaia pelo Centro Universitário São Camilo, instituição a qual pertencem as alunas do time de vôlei.

"[...] em abril deste ano [a Atlética do curso de medicina] participou de outro evento esportivo chamado Calomed, quando nossas alunas disputaram um jogo contra a equipe da Unisa. Os alunos da Unisa, saindo vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo desnudos pela quadra”, informou a nota.

Ainda segundo o Centro Universitário São Camilo, “não foi não foi registrada, naquele momento, nenhuma observação por parte das nossas alunas referente à importunação sexual”. No comunicado, a instituição esclareceu que apoia todos os alunos e que “não compactua com quaisquer atos que possam atentar contra o pudor e os bons costumes”.

Por meio de nota, a A Associação Atlética Acadêmica José Douglas Dallora (AAAJDD), do curso de medicina da Universidade Santo Amaro, também afirmou que os vídeos não são recentes. “As filmagens circuladas pela mídia não são contemporâneas e não representam os princípios e valores pregados pela AAAJDD”, explica.

“Não toleramos ou compactuamos com qualquer ato de abuso ou discriminatório. Assim, atletas, torcedores, equipe técnica e todos os envolvidos em nossas competições e eventos são, por nós, incentivados sempre a terem comportamentos pautados em princípios éticos e sociais em que prevaleçam o respeito, a inclusão e igualdade”, afirma o comunicado.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), responsável pelas polícias Civil e Militar, para saber se o caso está sendo ou será investigado. Até a publicação desta reportagem, não houve retorno. A reportagem também tentou contato com a Universidade Santo Amaro, mas não houve retorno.

Jornalista há 15 anos, com experiência em impresso, online, rádio, TV e assessoria de comunicação. É repórter da Itatiaia em São Paulo.