Pai e filho são suspeitos de vender remédios falsos para hospitais de todo o Brasil

Quadrilha vendeu imunoglobulina falsa, vencida e com validade remarcada para hospitais particulares, planos de saúde e governos de todo o país; cinco suspeitos estão presos

Uso da imunoglobulina falsa fez paciente ser internado em UTI de Goiânia

Cinco pessoas suspeitas de formarem uma quadrilha para vender medicamentos falsos para hospitais de todo o Brasil foram presas pela Polícia Civil de Goiás. Entre os envolvidos, estão pai e filho, que chefiavam a organização criminosa.

A investigação começou no primeiro trimestre deste ano. Segundo os agentes, a quadrilha vendia imunoglobulina falsa para um hospital de alto nível de Goiânia e para outros hospitais em todo o Brasil, além de planos de saúde e órgãos públicos de saúde de vários estados. Por conta do uso do medicamento falso, uma pessoa precisou ser internada na capital goiana, e a polícia identifica problemas de saúde em outras pessoas.

A imunoglobulina é um medicamento de alto custo usado em pacientes com deficiências imunológicas graves, como síndrome de Guillain-Barré. Um frasco de 100ml de imunoglobulina custa, em média, R$ 2,8 mil.

Esquema de medicamentos falsos

Segundo a investigação, o medicamento era vendido por uma empresa de fachada chamada Bahia Med e sediada em Lauro de Freitas (BA). Essa empresa era filial de uma outra companhia chamada Farma Med e sediada em Abadia de Goiás (GO). Nenhuma das duas empresas possuía autorização ou estrutura necessária para vender a imunoglobulina , que precisa ser armazenada de forma refrigerada.

Após a quebra de sigilo fiscal da empresa, os investigadores descobriram que a quadrilha vendeu medicamentos vencidos e com a data de validade remarcada. Também foram encontradas fotos dos medicamentos armazenados de forma irregular.

Cinco pessoas foram presas preventivamente em março. Um homem apontado como líder da quadrilha e seu pai, gerente da empresa, são os principais. Além deles, foram detidos dois homens responsáveis pela logística do medicamento e um quinto, apontado como laranja. A Polícia Civil segue investigando o caso.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.

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