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Pilotos e comissários de voo aprovam greve nacional a partir de segunda-feira

Categoria se manifesta por “negociações frustradas” da Convenção de Trabalho; medida afeta aeroportos importantes

Medida afeta aeroportos em sete cidades brasileiras a partir desta segunda

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) aprovou, por meio de assembleia nesta quinta-feira (15), a paralisação dos serviços para pilotos e comissários de voo em todo o país. A paralisação começará na segunda-feira (19), e segundo o comunicado, seguirá por tempo indeterminado.

O SNA afirmou que o movimento se dá por conta da “frustração das negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho”. Assim, os aeronautas vão paralisar as atividades diariamente, das 6h às 8h, nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. Voos com órgãos para transplante, enfermos a bordo, e vacinas não serão afetados.

“Os aeronautas reivindicam recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real, tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas. Reivindicam ainda, melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos”, afirmou o SNA.

O comunicado pontua ainda que duas propostas foram feitas pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), mas acabaram recusadas por não atenderam às expectativas e às demandas da categoria. O SNA argumentou também que, mesmo com o reaquecimento do setor aéreo, “as empresas continuam intransigentes, se recusando a conceder uma remuneração mais digna aos tripulantes, além de propor que pilotos e comissários trabalhem mais horas”.

“Os pilotos e comissários de voo do Brasil contam com a compreensão da sociedade e com o bom senso das companhias aéreas para evitar transtornos”, finalizou.

A reportagem entrou em contato com órgãos e entidades ligadas ao setor, como o próprio Snea, a Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). À medida que informações forem repassadas, o texto será atualizado.

Atualização:

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) afirmou que as negociações recentes visam “assegurar a continuidade da prestação dos serviços essenciais de transporte aéreo para a população e o direito dos clientes de viajar, especialmente neste período de alta temporada”.

Disse também que o preço das passagens passou por fortes alterações nos últimos anos, citando motivos como a pandemia da Covid-19, conflitos na Europa e desvalorização do real. Completou ressaltando que, desde o começo da negociação, “assegurou todos os direitos da Convenção Coletiva e ao longo do processo negocial, se mostrou aberto ao diálogo sempre com respeito aos profissionais que fazem parte do setor aéreo”.

Por fim, afirmou que ainda não recebeu nenhuma contraproposta do SNA. “O SNEA acredita que as categorias profissionais podem defender seus interesses por todos os meios legítimos, desde que esgotada a via negocial e observada a legalidade”, finalizou.

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.