Após a polêmica coletiva na derrota para o Libertad, o técnico Eduardo Coudet externou a cobrança por reforços junto à diretoria do Atlético e afirmou que o elenco é ‘curto’. Antes de assumir o Galo, o argentino teve uma passagem de destaque pelo Internacional. Contudo, no Sul, deixou o clube pela porta dos fundos e insatisfeito com a alta cúpula do Colorado.
Para explicar a saída do Inter e contextualizar os problemas citados por Coudet no Atlético, a Itatiaia ouviu jornalistas do Rio Grande do Sul. Anunciado pelos gaúchos em dezembro de 2019, o treinador pediu demissão em novembro de 2020, quando assumiu o Celta de Vigo, da Espanha.
À época, Coudet deixou o Internacional na liderança do Campeonato Brasileiro, classificado para as oitavas de final da Copa Libertadores e para as quartas da Copa do Brasil. Ao todo, em 46 jogos, conquistou 24 vitórias, 13 empates e nove derrotas, um aproveitamento de 61,5%.
Em sua passagem pelo Sul do país, Eduardo Coudet entrou em rota de colisão com o então presidente do Internacional, Marcelo Medeiros. Nessa quinta (6), o treinador revelou detalhes da saída do clube gaúcho e afirmou ter pedido dois reforços para brigar pelo título brasileiro, em 2020. A discordância gerou a saída repentina do técnico.
Lucho Silveira - ESPN Brasil
“O que vimos ontem foi um ‘suco de Coudet’. O Chacho teve um comportamento muito parecido com o que presenciamos em Porto Alegre nos tempos de Inter. Sempre que as coisas não saíam bem e ele era pressionado, principalmente quando o Inter adotou uma postura mais defensiva, ele era bastante cobrado. Time grande, camiseta grande, e, mesmo que não tivesse o mesmo material humano do Atlético, havia cobrança. Habitualmente, ele deixava os dirigentes emparedados”, afirmou.
Leonardo Oliveira - Rádio Gaúcha
“A possível saída do Coudet parece repetir um roteiro parecido com o que aconteceu no Internacional. Pela primeira vez, depois de três anos, tivemos uma resposta dele explicando a saída do Inter. Ela foi repentina, surpreendente e silenciosa. O Coudet vinha muito bem, o Inter era líder do Brasileiro. O time estava classificado na Libertadores e na Copa do Brasil. O rendimento era bom, a torcida gostava muito do jogo ofensivo dele”, disse.
Mauriane Dorneles
“Quando ele saiu, ficou uma lacuna muito em aberto. Parecia que tinha algum ‘podre’ para ser exposto. Ele, literalmente, pulou do barco e largou o time que poderia e quase foi campeão brasileiro com o Abel Braga. Aqui, ele reclamava de reforços, mas, em Minas, ele piorou um pouco. O Coudet falou sobre questões contratuais, cláusula de saída e sobre os investidores. No Sul, ele se limitava mais a falar do grupo, que era curto e pedia por reforços. Essa é a grande diferença. Mas ele também cobrava por reforços e falava do projeto”, opinou.
Cristiano Munari - GZH Esportes
“Tivemos um relacionamento muito raro com o Coudet, pois era uma época de pandemia. Foram poucos jogos antes da parada, para termos uma noção real de como seria o trato. Sempre foi tranquilo com a imprensa, mas sempre mostrando nas coletivas seu descontentamento com o grupo, porque foi prometido algo diferente a ele”, opinou.
Números pelo Galo
Desde que assumiu o Atlético, Coudet comandou o Galo em 15 partidas, com 10 vitórias, quatro empates e uma derrota, com 75,5% de aproveitamento.
Matéria em atualização