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Cruzeiro ‘devolve’ Raposão e clama por apoio do torcedor

Clube reconheceu que processo de mudança do mascote foi equivocado e mal conduzido.

“Antigo” Raposão está de volta ao Cruzeiro

Depois de toda a repercussão negativa com relação ao novo visual do Raposão, o Cruzeiro atendeu aos pedidos e recuou com a proposta. Decisão inteligente de um clube que, finalmente, percebeu que está distante do seu bem mais precioso: o torcedor.

Independentemente da discussão estética, o Cruzeiro assumiu que o processo de mudança do mascote foi mal conduzido, reconhecendo que as críticas dos torcedores - que não foram em momento nenhum consultados - representavam “uma sensação de não pertencimento generalizada”. E essa é grande questão.

O Cruzeiro estava se distanciando do seu povo, fazendo com que o torcedor não se identificasse mais com o clube que ele sempre amou.

Ronaldo e sua equipe estavam fazendo mudanças sem conhecer a fundo a história do Cruzeiro, e o que significa cada um dos seus símbolos. Consequentemente, estavam colocando em risco a essência do que é o clube estrelado. Esse “novo” Cruzeiro não interessa ao torcedor.

Mas como diz o antigo ditado: “há males que vem para o bem”. Todo o descontentamento com a reestilização do Raposão serviu para que o Cruzeiro mudasse sua postura. Finalmente o clube se abriu ao diálogo. Percebeu que seria um erro maior ainda insistir em uma medida impopular, irritando o principal consumidor da sua marca que é o torcedor.

Felizmente, o erro impulsionou uma mudança. Na carta divulgada, o clube celeste anunciou a criação de um comitê para discutir assuntos importantes com a torcida. Medida inteligente, arrojada, de um clube que precisa muito do apoio do seu torcedor dentro do campo, mas fora dele ainda mais.

Com o passo atrás sobre a mudança do mascote, o Cruzeiro mostrou a simplicidade de quem se importa com a opinião do outro. O episódio ainda serviu para que Ronaldo e sua equipe sentissem a pressão do que é gerir um clube deste tamanho, com uma torcida tão apaixonada. Espero que todos os envolvidos tenham aprendido com o erro.

Nathália Fiuza é comentarista da Rádio Itatiaia e escreve diariamente aqui.