Após oito rodadas da primeira fase, estão definidas as semifinais do Campeonato Mineiro 2023. O Atlético, classificado em primeiro lugar no grupo A (e dono da melhor campanha geral), encara o Athletic, que avançou como o segundo melhor colocado no mesmo grupo do Galo, agora seu adversário.
Já o América, líder do grupo B, irá enfrentar o Cruzeiro, que na partida derradeira garantiu o primeiro lugar do grupo C.
Considerando as expectativas iniciais da competição, nenhuma surpresa quanto aos classificados.
Os times da Capital sempre entram com a responsabilidade de avançar à fase de mata-mata, enquanto o Athletic, ao lado da Caldense, são os times do interior mais qualificados e regulares dos últimos anos. A equipe de São João Del Rei correspondeu à promessa e novamente está na semifinal, repetindo o feito de 2022.
Agora, o time do bom técnico Roger Silva terá o Atlético como adversário. Nesta temporada, ainda não se enfrentaram, já que ficaram no mesmo grupo na primeira fase.
O Galo entra como favorito no confronto, afinal, é o time mais valioso e qualificado de Minas Gerais, que vem evoluindo coletivamente (apesar de algumas deficiências defensivas apresentadas nos últimos jogos), e conta com jogadores com alto poder de decisão, em especial Hulk. Caberá ao Atlético impor essa superioridade dentro de campo, com uma postura intensa e agressiva.
Apesar de todos esse componentes, o confronto de alvinegros tende a ser interessante.
Isso porque o Athletic é um time muito organizado do ponto de vista coletivo, que não perdeu, por exemplo, para nenhum dos outros dois times da capital que enfrentou: dois empates com Coelho e Raposa. A equipe de São João Del Rei manteve uma base da última temporada, e terá neste ano a força e o apoio do seu torcedor, já que poderá atuar no seu estádio em um dos jogos da semifinal.
No outro confronto também é possível apontar um favorito: o América. A equipe do técnico Vagner Mancini chega embalada por boas atuações na temporada e já superou o Cruzeiro em 2023. É muito forte coletivamente, com um meio-campo formado por Alê, Juninho e Benítez que ditam o ritmo do time e conferem muita qualidade ao passe, além de bons atacantes.
Outra vantagem do Coelho sobre a Raposa é a qualidade disponível no banco de reservas: o América tem peças de mais qualidade como alternativa, o que pode fazer a diferença na história de um confronto definido em 180 minutos.
Ainda assim, a postura do Cruzeiro nos dois clássicos disputados no ano, inclusive na derrota para o América, mostram que a equipe do técnico Paulo Pezzolano têm condições (e obviamente tradição) para brigar por uma vaga na grande final.
Se o time celeste conseguir repetir a agressividade na marcação e imprimir pressão na saída de bola, características apresentadas contra Galo e América, o Cruzeiro poderá ficar mais perto da vitória. Porém, precisará melhorar o volume de chances criadas, para que Bruno Rodrigues e Gilberto possam finalizar ao gol com qualidade. O Camisa 9, inclusive, é grande nome da Raposa na temporada.
Pezzolano também precisa ajustar a defesa. Em oito jogos do Campeonato Mineiro até aqui, o Cruzeiro sofreu gol em sete oportunidades. O sistema com três zagueiros, agora muito modificado com as saídas de Zé Ivaldo e Brock, também não conseguiu conferir a solidez que o time precisa. Reforços devem (e precisam) chegar.
Chegou a hora de decisões para Atlético, Athletic, Cruzeiro e América. As cartas estão na mesa. Que vençam os melhores e que os jogos nos brindem com qualidade e muitos gols.