Após o título da Série B, o Cruzeiro entendeu que era fundamental fazer uma grande reformulação no seu elenco para a disputa da temporada atual.
Com muitas saídas e chegadas de atletas, é absolutamente natural que o time leve um tempo maior para se ajustar e, consequentemente, alcançar sincronia e ritmo coletivo. Para além disso, Pezzolano ganhou jogadores de bom nível técnico, como Nikão e Gilberto, mas ainda sofre com a falta de alternativas para montar uma equipe forte, em especial na zaga e nas laterais.
Todo esse cenário é importante para compreendermos os números do Cruzeiro até aqui em 2023. São quatro jogos, com apenas uma vitória, um empate e duas derrotas. Com isso, o time de Pezzolano tem o pior aproveitamento entre as equipes da Série A, além da pior média de gols marcados (menos de um por partida). A má fase se iguala ao desempenho de 2004, quando o Cruzeiro teve o pior início de Estadual no século.
Das duas derrotas sofridas, o tropeço contra o Pouso Alegre, por 1 a 0, sem dúvidas teve o gosto mais amargo. O Cruzeiro perdeu para um time tecnicamente inferior, em uma noite de péssimo futebol. Com isso, soma apenas 4 pontos até aqui, em segundo lugar no grupo C.
Com toda essa dificuldade, a reabilitação do Cruzeiro no Mineiro é urgente.
Muitos, porém, podem dizer: “Mas campeonato estadual não vale muito” ou “estadual é pré-temporada”. Eu até concordo, mas a classificação para as semifinais é sim uma obrigação para o time de Ronaldo. Não apenas pela tradição e para justificar os investimentos feitos até aqui, mas porque o Mineiro deste ano vale também para os planos futuros do Cruzeiro, e será determinante para a participação na Copa do Brasil de 2024.
A partir do próximo ano, a classificação na milionária Copa do Brasil será definida pelo desempenho no torneio estadual. Minas Gerais terá cinco representantes: os quatro melhores do campeonato estadual, além do vencedor do Troféu Inconfidência.
Atualmente, o Cruzeiro é o sexto colocado geral do campeonato. Se a disputa da primeira fase terminasse hoje, estaria fora das semifinais. Dentro desse cenário, o time celeste precisaria, portanto, ser campeão do Troféu Inconfidência para se garantir na Copa do Brasil.
Para não se complicar ainda mais, e consequentemente perder a vaga no torneio em que ele é o maior detentor de títulos, o Cruzeiro precisa reagir. Precisa dar uma resposta dentro de campo e, para além do resultado em si, precisa mostrar um desempenho que traga de volta a confiança do torcedor. Não é momento de críticas e cobranças exageradas, nem mesmo questionamentos sobre o trabalho de Pezzolano. Pelo contrário, é hora de união e trabalho.
A próxima oportunidade de reação será contra o Atlético, no clássico de segunda-feira, mas o desafio é bastante complicado. Porém, não é impossível.
