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Esperança para o vale sofrido

A canadense Sigma pode levar emprego e desenvolvimento para o Vale do Jequitinhonha

Jequitinhonha pode ter planta para produzir baterias de lítio

Em evento da Federação das Indústrias de Minas soube mais sobre uma empresa que pode mudar a história do Vale do Jequitinhonha ou, pelo menos, parte da região. A Sigma, empresa criada no Canadá, mas, comandada por brasileiros, está iniciando a produção de lítio de alto grau de pureza, insumo crucial para a produção das baterias para carros elétricos.

As propriedades da empresa estão localizadas nos municípios de Araçuaí e Itinga, concentradas na Grota do Cirilo, onde já vem sendo produzido concentrado de lítio de forma ambientalmente sustentável, em escala piloto, desde 2018. É claro que a distância entre planos e realizações é planetária, mas, a empresa promete operações alimentadas por energia limpa, com circuitos de recirculação de água de última geração em seu processamento combinado, com gerenciamento de rejeitos de empilhamento a seco. Ou seja, processos ambientalmente seguros. Queira Deus.

Mas, o melhor é a possibilidade de geração de empregos - pelo menos 500 diretos – e perto de um bilhão de reais em royalties nos próximos 15 anos. Então, alguém pode dizer que sou um bobo otimista porque, lá na frente, vamos descobrir que o dinheiro está chegando e não muda a realidade dos municípios. Mas, eu fui a Itinga, quando o Lula, em campanha da primeira eleição, no começo do século, atravessou o rio em um barco e prometeu construir ponte. Depois, voltei lá quando ele, já presidente, inaugurou a ponte que liga a cidade ao “continente”. Conheço razoavelmente bem a pobreza do vale, a falta de oportunidades, o êxodo que manda os pais para a capital e outros estados de deixa as mães praticamente entregues à própria sorte. A propósito, outra boa notícia é que 40 por cento dos postos são ocupados por mulheres e a presidente também é uma mulher – Ana Cabral Gardner – carioca, animada, que promete políticas sociais para a região.

O Vale do Jequitinhonha sempre foi alvo de promessas. E frustações. Quem sabe, agora vai... Acredito no copo meio cheio... e estou na torcida.

Antes de trabalhar no rádio, Eduardo Costa foi ascensorista e office-boy de hotel, contínuo, escriturário, caixa-executivo e procurador de banco. Formado em Jornalismo pelo UNI-BH, é pós-graduado em Valores Humanos pela Fundação Getúlio Vargas, possui o MBA Executivo na Ohio University, e é mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Agora ele também está na grande rede!