Ouvindo...

Viola, a vida, a professora, quanto exemplo!

Durante o Carnaval conclui a leitura da biografia de Viola Davis, a grande atriz americana

Durante o Carnaval conclui a leitura da biografia de Viola Davis, a grande atriz americana, dona de uma trajetória irretocável e ganhadora dos maiores prêmios da indústria do entretenimento - no teatro, no cinema e na música.

Tudo na vida dela é impressionante. A miséria na qual foi criada, as constantes agressões da mãe pelo pai, o assustador preconceito e a perseguição que sofria quando criança por ser preta, pobre e feia...

O exército da salvação que criou com as irmãs para sobreviver, a perseverança necessária para chegar ao topo da carreira que escolheu aos nove anos de idade, tudo é tão esplêndido, anormal, que Oprah Winfrey, a famosa apresentadora de TV, classificou o livro de Viola como um daqueles que todo mundo precisa ler. Viola era tão pobre, tão desprovida dos cuidados mais básicos, que dormia com rosto e pescoço cobertos para não ser comida pelos ratos.

Fez xixi na cama até os 14 anos. De noite, lavava as poucas roupas e pendurava dentro de casa, mesmo sem aquecimento, porque a luz estava cortada e lá fora fazia frio congelante. Então, de manhã, com o xixi ardido no corpo e as roupas ainda molhadas, ia para a escola, onde era humilhada pelos colegas e causava náuseas pelo mau cheiro que saía do corpo.

Aí, apareceu a figura da professora. A senhora Prosser. E é isso que quero destacar. A professora foi além de repassar a disciplina. Foi educadora. Com “E” maiúsculo. Envolveu-se com a família, ensinou noções básicas de higiene, passou a levar roupas de suas filhas para Viola e, principalmente, não escondeu as lágrimas nos olhos deixando claro para a menor verdadeiramente abandonada que estava do seu lado, solidária, estendendo a mão.

Quanto mais conheço a vida de pessoas bem sucedidas, mais percebo que a vida vale a pena. É mais rica quanto maior for o desafio de sobreviver. E,assim como o ar que respiramos e o colo de mãe, nada é mais importante que a professora. Especialmente aquela dos primeiros anos do ensino fundamental, que mergulha na alma dos alunos, descobre suas dores mais escondidas, os abusos mais sufocados, os talentos mais reprimidos.

Ainda que, às vezes, de tanto falar e quase sempre de improviso, possa desagradar, ignorar a importância de uma professora, quero reiterar o respeito, a admiração... Quero homenagear os mestres da Educação em fevereiro, março, abril... O ano inteiro. Todo dia é dia da professora!

Antes de trabalhar no rádio, Eduardo Costa foi ascensorista e office-boy de hotel, contínuo, escriturário, caixa-executivo e procurador de banco. Formado em Jornalismo pelo UNI-BH, é pós-graduado em Valores Humanos pela Fundação Getúlio Vargas, possui o MBA Executivo na Ohio University, e é mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Agora ele também está na grande rede!
Leia mais