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Clássico vale muito para ‘projeto Independência’ do Cruzeiro nesta temporada de 2023

Relação da China Azul com Gigante do Horto nunca foi confortável e mudar isso é o desafio

Cruzeiro vai mandar os jogos deste ano no Horto

Um dos fatos mais importantes do início de temporada para o Cruzeiro foi a decisão do comando do clube de abandonar o Mineirão e fazer do Independência, local do clássico desta segunda-feira (13), contra o Atlético, a casa cruzeirense em 2023.

E o jogo do time de Paulo Pezzolano contra o de Eduardo Coudet pela quinta rodada do Campeonato Mineiro tem um papel importante nesta consolidação.

Não é uma coisa fácil para a China Azul encarar o Gigante do Horto como o local dos jogos do seu time. E isso tem uma explicação histórica, pois o estádio tem ligações fortes com o Atlético e o América, mas não com o Cruzeiro, que precisa aprender a se sentir à vontade lá.

Construído para a Copa de 1950, o Independência foi o grande palco do futebol por uma década e meia, até 1965, quando o Mineirão foi inaugurado.

Neste período chamado “Era do Horto”, entre 1950 e 1964, foram nove os títulos do Atlético, quatro do Cruzeiro, sendo um deles dividido com o rival, em 1956, e uma taça de Villa Nova (1951), América (1957) e Siderúrgica (1964).

O tricampeonato em sequência em 1959, 1960 e 1961 diminuiu muito do impacto, mas a grave crise vivida na metade dos anos 1950, quando até mesmo foi sugerido por parte dos conselheiros o fim do futebol no clube, fez do período uma espécie de trauma para a gente cruzeirense.

A “resistência” cruzeirense ao Independência aumentou consideravelmente com o Mineirão. Foi no estádio que a história do clube mudou com o Gigante da Pampulha sendo palco de grandes títulos nacionais e internacionais.

Mais recentemente, as reformas dos dois estádios de Belo Horizonte para as Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014) aumentaram a “rejeição” azul ao Horto, que se transformou em casa atleticana com o clube alvinegro assinando uma parceria comercial com a empresa que ganhou o direito de explorar a arena.

Agora, o desafio do Cruzeiro é reverter essa situação com a decisão de fazer do Independência a sua casa a partir de 2023 por não chegar a um acordo para a utilização do Mineirão.

Nesta semana, o dirigente americano Marcus Salum revelou até mesmo a possibilidade de ampliação do estádio do Horto, fechando a ferradura o que faria a arena poder receber 30 mil pessoas.

Neste processo de transformação do Independência na história cruzeirense, o clássico desta segunda-feira é fundamental. Uma boa atuação diante do favorito Atlético é sem dúvida importante para que o cruzeirense possa se sentir mais em casa no Gigante do Horto.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro