Quando o árbitro Murilo Francisco Misson Júnior apitou o final da derrota de 1 a 0 do Cruzeiro para o Pouso Alegre, na terça-feira (7), no Independência, pela quarta rodada da fase classificatória do Campeonato Mineiro, o time do técnico Paulo Pezzolano completou 402 minutos sem balançar as redes na competição com a bola rolando.
Nos quatro confrontos, foram apenas três gols marcados. E apenas o primeiro deles sem ser de pênalti. Logo aos sete minutos da partida de estreia da Raposa no Estadual, o meia-atacante Nikão, que iniciava sua trajetória no clube celeste, abriu o placar na única vitória cruzeirense no torneio, por 2 a 1, sobre o Patrocinense, em Patrocínio.
Neste mesmo jogo, Bruno Rodrigues marcou de pênalti, assim como o próprio Nikão diante do Athletic, na segunda rodada, no Independência, no empate por 1 a 1.
É muito pouco para um clube que investiu tanto na formação do seu setor ofensivo. As principais contratações do Cruzeiro para a temporada 2023 foram para o ataque. Chegaram, além de Nikão, Wesley, Matheus Vital, que pouco jogou, por lesão, e Gilberto, que se juntaram a Bruno Rodrigues, um dos destaques do time de 2022.
Não há justificativa para um desempenho tão frágil e isso ficou evidenciado na derrota para o Pouso Alegre, que começou sua participação no Módulo I do Estadual sofrendo uma goleada de 4 a 0 do América dentro de casa.
Por falar em fragilidade, o sistema defensivo cruzeirense não tem mostrado segurança e isso preocupa muito, pois o grande desafio do ano é se manter na Série A do Brasileirão a partir de abril.
Gol sofrido é sempre fruto de falha, mas as cometidas pela defesa celeste têm sido graves, como por exemplo a do gol do Pouso Alegre na última terça-feira.
O que permitiu Gabriel Carioca marcar de cabeça, logo aos 10 minutos do primeiro tempo o único gol no Horto, foi o fato de o zagueiro Lucas Oliveira estar marcando o volante Wallisson no lance. Eles quase trombar de cabeça e o adversário livre atrás de ambos.
Ainda no setor defensivo, está evidente a carência nas laterais. As improvisações têm sido desastrosas, até porque são com jogadores de nível técnico duvidoso.
Está longe de ser um desastre o início ruim de Campeonato Mineiro do Cruzeiro. Mas é um recado que não pode nem deve ser desprezado pela diretoria cruzeirense e principalmente pelo técnico Paulo Pezzolano, que trabalha com um grupo de jogadores praticamente novo em relação ao ano passado. Muito mais qualificado, sem dúvida, mas longe de conseguir a mesma leitura tática.