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Detentos são isolados no Ceresp Gameleira, em BH, após surto de sarna

Pelo menos seis celas do Ceresp Gameleira foram afetadas; as visitas foram suspensas

Ceresp Gameleira, no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte

A secretaria de Estado de Segurança Pública (Sejusp) confirmou à Itatiaia que alguns detentos do Ceresp Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, foram isolados devido a um surto de escabiose, conhecida popularmente como sarna. As visitas deste sábado (23) foram suspensas para seis celas afetadas.

De acordo com a pasta, os presos pertencentes às alas infectadas ficarão isolados dos demais por um período de sete dias para tratar o problema. Após três dias de uso da medicação prescrita, todos os objetos pessoais dos detentos, como colchão, roupa de cama, talher e demais itens, serão trocados. Também será feita a higienização da cela.

Em nota, a Sejusp informou também que as visitas foram canceladas por razões preventivas e de segurança e serão compensadas, sem prejuízos aos familiares e presos.

Um comunicado colado na entrada do Ceresp mostrou que, inicialmente, as celas CD 01, A 25, C 24 e D 08 foram isoladas. Em seguida, o local acrescentou à mão, de caneta, as celas 23 e 18 no papel impresso. Apesar da restrição, os detentos que estão nas celas que não foram atingidas pelo surto puderam receber as visitar normalmente, seguindo as regras do Centro.

Familiares reclamaram

Familiares dos detentos reclamaram da impossibilidade de entrar no local. “Eles disseram [na resposta do e-mail] que teria visita normal, aí quando chegamos aqui às 7h da manhã colocaram no papel que não teria visita, sem avisar a gente. Querendo ou não a gente passa a noite na porta, a gente tira dinheiro de onde não tem e eles não estão nem aí pra gente”, relatou uma mulher que estava no local para visitar o marido.

As visitas acontecem de 15 em 15 dias e o pedidos deve sendo feito por e-mail para a assistência social do presídio. Quando recebem a confirmação, mães, pais, irmãos e demais familiares, deslocam-se de suas casas para encontrar com o parente.

Para garantir o contato, algumas pessoas optam por chegar na noite anterior, temendo exceder o número de visitantes e perder a oportunidade. “A visita é até 11h30, se a gente 11h31 a gente não entra. É um descaso o que estão fazendo. Se eles avisassem durante a semana, beleza, a gente ficaria ciente, mas eles esperam a gente chegar na porta, pegar um canetão e escrever que não vai ter visita”, reclamou a mulher.

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André Viana é jornalista, formado pela PUC-MG. Já trabalhou como redator e revisor de textos, produtor de pautas e conteúdos para rádio e TV, social media, além de uma temporada no marketing.