Entre janeiro e abril deste ano, 40 mil idosos sofreram algum tipo de violência em Minas Gerais, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado. Apenas em Belo Horizonte, foram cerca de 7,5 mil ocorrências. Maus-tratos, recusa de assistência ao idoso, lesão corporal, apropriação e desvio de recursos são os
Como resultado, em Minas Gerais, a cada dia, 33 pessoas com mais de 60 anos são vítimas de algum tipo de violência. Por mês, são aproximadamente 1.000 casos. A delegada titular da divisão especializada em atendimento ao idoso, Juliana Calife, alerta que os números podem ser ainda maiores. “Eu acredito que esses dados são ainda maiores, porque muitas vezes a pessoa idosa, ela não tem coragem ou não tem condições de denunciar as condições que elas estão passando. Então, acredito que esses dados devem ser em torno de uns 100 a 150% maior”, disse.
Cenário nacional
Em todo o país, um em cada 10 idosos afirma já ter sofrido algum tipo de violência. Os dados foram obtidos por um levantamento do Departamento detalhado da Pesquisa Nacional de Saúde feita pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde em 2019. O estudo foi realizado pela pesquisadora da UFMG e doutora em Saúde Pública, Fabiana Martins Dias de Andrade.
“A Pesquisa Nacional de Saúde abrangeu três subtipos de violência, que é a violência psicológica, física e sexual, sendo que a violência física e sexual não são os subtipos de violência mais comuns nessa população. Então a gente tem a violência psicológica mais prevalente em função disso também”, detalha a pesquisadora.
Fabiana Andrade explica que subtipos como a violência financeira, a negligência e outras situações não foram estudadas, o que poderia aumentar essa prevalência.
Incidência em ambientes familiares
A delegada Juliana Calife detalha que grande parte dos casos de violência contra idosos surgem de pessoas e ambientes inesperados. “A violência tá onde a gente menos imagina, que são os nossos lares. Através dos nossos familiares, nossos amigos, as pessoas de convivência familiar conosco”, explica a delegada.
“Muitas vezes eles têm dificuldade de locomoção ou às vezes eles não têm acesso também a celular, não tem acesso a internet para que possam pedindo ajuda. Muitas vezes não têm acesso ao sistema para que eles possam denunciar. Para que os responsáveis sejam punidos é fundamental acionar os órgãos competentes”, finaliza Juliana Calife.
As denúncias podem ser feitas pelo disque 100, pelo contato 181, ou em qualquer delegacia.