A cantora lírica Lorena Pires é a primeira mulher brasileira a entrar para o quadro de cantores da Academia de Ópera de Paris, uma das mais importantes do mundo. Formada em Música, com habilitação em Canto, pela Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), a capixaba de 25 anos acumula prêmios e participações em grandes concertos.
“Ser a primeira mulher brasileira na Academia de Ópera de Paris é uma coisa muito grandiosa, especialmente pelo histórico da minha família, que são pessoas extremamente simples, que se sacrificaram muito para que eu pudesse chegar até aqui”, disse Lorena.
Apesar de ter nascido no Espírito Santo, a jovem artista tem origem quilombola. A família da cantora é do quilombo de Vila Juazeiro, no extremo sul da Bahia. Para ela, o reconhecimento internacional de seu talento é uma consequência da luta de seus ancestrais.
“Para chegar até este ponto, foram dados muitos passos, mas esses passos não começaram em 2020 quando eu entrei na Fames. E não começaram em 2016 quando eu comecei a fazer aula de canto. Esses passos vêm de muito longe, vêm de 1500”, afirmou a cantora.
A carreira de Lorena Pires é marcada por participações em espetáculos nos principais teatros brasileiros. Em 2023, ela foi o grande destaque do Festival de Música Erudita do Espírito Santo. No mesmo ano, ela ganhou o Concurso Joaquina Lapinha, em Tatuí, em São Paulo, e se apresentou no Teatro Municipal de São Paulo.
Ano passado, a cantora interpretou o papel de Lauretta na ópera Gianni Schicchi, de Puccini, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. E, em 2025, ela fará o papel de Clara na ópera Porgy and Bess, no Teatro Municipal de São Paulo.