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Lagoa da Pampulha tem 17 jacarés: especialista explica o que fazer se encontrar um deles

Mapeamento da PBH mostra que há quinze adultos e dois filhotes de jacaré em um dos principais cartões-postais da cidade; no início da semana, animal assustou pedestres que caminhavam pela pista da orla

Uma família com 17 jacarés vive em um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte: a Lagoa da Pampulha. O mapeamento é da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que tranquiliza os moradores: apesar de imponente, o jacaré não ataca se não for ameaçado. Nesta semana, um deles tomava sol tranquilamente na pista de caminhada quando assustou frequentadores da Pampulha e viralizou nas redes sociais.

Leonardo Maciel, gerente da secretaria, e sua equipe, monitoram os répteis desde 2018. Ele explica que são 15 adultos e dois filhotes.

“A espécie que habita a lagoa da Pampulha é o jacaré-do-papo-amarelo. Ele é considerado uma espécie de pequeno porte, em comparação com as outras que ocupam o Brasil, mas pode atingir em torno de dois metros. Trata-se de uma espécie que não oferece periculosidade para a espécie humana” explica. Segundo o especialista, a capital mineira não tem registro de acidentes envolvendo o animal. “Os acidentes acontecem quando as pessoas tentam conter, segurar ou interferir no animal”, explicou.

‘Rosnou para a gente’

Nessa segunda-feira (6), Michael Cangussu, de 31 anos, flagrou um deles caminhando na orla, enquanto passava pelo local com o irmão e um amigo. No vídeo, relata que o jacaré havia “rosnado”, o que caiu nas graças dos internautas. “Penso eu que [o ‘rosnado’] era uma maneira de se defender, por estarmos tão perto”, disse.

Leonardo Maciel explica que o som é “uma vocalização com movimentos de ar para dizer: afaste-se, não quero conflito.” Como bom habitante da orla, é comum que o bicho saia da lagoa para tomar Sol. “Eles buscam um local aquecido ou para fazer a postura dos ovos. E voltam rapidamente para o local de origem”, ensina.

O jacaré se alimenta de peixes, aves pequenas e ainda ajuda no controle do caramujo africano. “Também se alimenta do caramujo africano. Isso é muito importante para o equilíbrio ambiental, porque ao consumir o caramujo africano, o jacaré evita uma proliferação excessiva desse animal que pode transmitir doenças para as pessoas”, aponta.

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Vi um jacaré. O que devo fazer?

Quem tiver a sorte de encontrar um desses répteis pela Pampulha não precisa se assustar. Michael atenta: “A recomendação que temos é que, ao se avistar um animal, mantenha a distância, não interfira. Pode observar e fotografar, mas jamais tentar conter, segurar ou tocar o animal”.

Caso observe que o jacaré esteja em situação de risco, deve-se acionar a Guarda Municipal, o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar Ambiental.


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Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
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