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Neurologista que sequestrou bebê em MG não tinha antecedentes criminais e alegou surto psicótico, diz PC

Cláudia Soares Alves, de 35 anos, vai responder pelo crime de sequestro qualificado; recém-nascida foi encontrada em Goiás e devolvida a família

Neurologista se passou por pediatra para enganar os pais da criança

A médica neurologista Cláudia Soares Alves, de 35 anos, suspeita de sequestrar uma recém-nascida no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, na madrugada desta quarta-feira (24), não tinha antecedentes criminais, afirma a Polícia Civil de Minas Gerais.

A mulher e a criança foram encontradas em Itumbiara (GO), cidade a 134 quilômetros de Uberlândia. Ela foi presa em flagrante e irá responder pelo crime de sequestro qualificado. Se condenada, ela pode pegar até oito anos de prisão.

Segundo a Polícia Civil, ao ser presa, a mulher afirmou que estava em surto quando sequestrou a bebê. “No primeiro momento ela teria falado que não havia feito uso de medicação, entrado em surto psicótico, e por isso teria entrado na maternidade e sequestrado essa criança”, detalhou o delegado Carlos Fernandes.

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Após a prisão da médica, os investigadores afirmam que irão apurar mais detalhes sobre o crime.

“Agora que a criança está sã e salva com a família, nós vamos partir para essas questões periféricas: se ela já conhecia a família, se ela tinha algum vínculo com a família, se houve falha na segurança [do hospital], se tinham mais pessoas envolvidas com ela neste episódio. Mas o nosso objetivo primário, felizmente, foi alcançado (o resgate da bebê)”, explicou o delegado Marcos Tadeu.

O que aconteceu

Por volta de meia-noite desta quarta-feira (22), a menina foi levada da ala da maternidade por uma mulher — que usava jaleco e máscara de proteção — e se passou por médica da unidade. Segundo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra a unidade de saúde, a médica entrou no local com crachá institucional (veja nota abaixo).

Recém-nascida foi sequestrada em um hospital de Uberlândia, no Triângulo Mineiro

A sequestradora falou com a mãe que levaria a bebê para se alimentar, uma vez que, segunda a própria mãe, ela estava tendo dificuldade para amamentar. Acreditando que a suspeita era realmente pediatra, a mãe e o pai permitiram que a bebê fosse levada.

Em um vídeo divulgado à imprensa, a gerente de atenção à saúde do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, Liliane Passos, afirma que a unidade de saúde já está tomando todas as medidas cabíveis.

“Gostaria de informar que já está em andamento um processo de apuração de responsabilidades e, que de acordo com o andamento desse processo, todas as tratativas cabíveis serão tomadas. Ressalto também o nosso compromisso com o aprimoramento dos processos de trabalho, especialmente com os controles de acesso no nosso hospital. Assim, a gente vai garantir que outros casos como esse não voltem a acontecer na nossa instituição”, afirmou.

A gerente também informou que a criança está bem e que aguarda ser transferida de volta a Uberlândia.

“De acordo com informações da Polícia Militar, felizmente nós tivemos um desfecho favorável para o caso. Já está sendo providenciado o transporte para que a criança retorne para os pais. Nós seguimos acompanhando o caso, e estamos disponíveis para contribuir com toda e qualquer investigação. E, principalmente, nós continuamos dando total apoio e acolhimento para a família”, acrescentou.

Veja a nota do HC-UFU na íntegra:

“O HC-UFU informa que por volta da meia noite uma mulher trajada como profissional de saúde, portando crachá institucional, entrou na maternidade e evadiu com um bebê recém-nascido do sexo feminino.

Poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação.

O HC já iniciou a apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso.”


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.