Homem tem carro sujo de urina após não dar dinheiro a flanelinha no bairro Funcionários em BH

A vítima disse ao flanelinha que estava sem dinheiro, porém, quando saiu do trabalho, encontrou o carro molhado de urina

Vítima disse que motoristas da região são coagidos com frequência

Um homem, de 39 anos, teve o carro sujo de urina após afirmar que não tinha dinheiro para pagar flanelinhas no bairro Funcionários, na região Sul de Belo Horizonte. Segundo ele, que preferiu não revelar o nome por segurança, vários motoristas, incluindo mulheres, são ameaçados frequentemente nas ruas Padre Rolim e Grão Pará.

“Eles ameaçam os motoristas pedindo para lavar o carro ou para deixar dinheiro para o café e falam que olham o veículo direitinho. Caso não deixem dinheiro, não garantem nada. Estes indivíduos ameaçam mulheres e, por muitas vezes, dá para sentir o cheiro de entorpecentes usados por eles”, disse o analista de sistemas.

Na última quarta-feira (15), após estacionar o veículo, ele foi abordado por flanelinhas que pediram dinheiro. Na ocasião, ele falou que não tinha, porque ainda não havia recebido o salário do mês.

“Falaram que paro todo dia no local e que não ajudo com nada, que se acontecesse algo com meu carro não se responsabilizariam. À tarde, quando fui buscar meu carro, ele estava com o vidro molhado com urina”, lembrou o motorista, que acrescentou: “Todos os dias eles coagem e ameaçam os motoristas que não pagam uma taxa para eles. Está insuportável a situação”.

No entanto, de acordo com o analista, não é somente ele que está se sentindo coagido no local. “Aqui no setor onde trabalho, todo dia um relata problema com os flanelinhas. O caso da urina foi o mais ‘grave’, até o momento, digamos assim”, contou à reportagem.

Após o ocorrido, ele procurou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e registrou a denúncia. “Eu abri chamado no site da prefeitura no mapeamento de flanelinhas [...] Não registrei boletim na polícia porque fiquei com medo deles fazerem alguma coisa com meu carro e também porque na hora que peguei o veículo eles não estavam mais lá”, contou.

Resposta da prefeitura

“A Prefeitura de Belo Horizonte instituiu no ano de 2018 um projeto permanente de combate a flanelinhas, com ações de mapeamento e combate à prática. O aplicativo BH APP é a principal ferramenta deste projeto. A plataforma disponibiliza um link para que o usuário possa indicar em um mapa o ponto exato onde está ocorrendo a abordagem extorsiva contra motoristas e até enviar uma foto da cena, de maneira sigilosa e segura.

As denúncias recebidas via aplicativo possibilitam que a Guarda Municipal faça o mapeamento das áreas com maior incidência do problema. A partir de denúncias enviadas para o BH APP, a Guarda Municipal realizou um total de 1.427 abordagens no ano de 2021, que resultaram no registro de 13 ocorrências policiais, com 15 pessoas conduzidas a delegacias. Já em 2022, a Guarda Municipal já realizou, até o momento, 484 abordagens, com o registro policial condicionado de 02 ocorrências que terminaram na delegacia. As abordagens foram resultado de operações montadas a partir de informações repassadas no aplicativo BH APP.

A Guarda Municipal reitera que o crime de extorsão requer a formalização da denúncia ou flagrante de extorsão junto a autoridade policial. Em relação aos protocolos, a Prefeitura informa que as denúncias estão sendo apuradas pela Guarda Municipal que está planejando novas ações na região hospitalar”.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.

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