'É como se as pessoas presenciassem a presença do Guignard’, conta o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, ao descrever a Exposição ‘A paixão segundo Guignard’, que será aberta nesta quinta-feira (29), às 19h, no Palácio das Artes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
A abertura acontece no dia em que a Escola de Artes que leva o nome do artista completa 80 anos, e é uma das homenagens ao pintor. Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) foi pintor e professor, e ensinou e influenciou diversas gerações de artistas de Minas Gerais e do Brasil.
Em 1944, a convite do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, Guignard veio do Rio de Janeiro para BH para lecionar em um curso livre de desenho e pintura, que funcionou onde hoje é o Palácio das Artes. Lá, a escola ficou até 1994, quando foi transferida para a atual sede da Escola Guignard, um prédio projetado pelo arquiteto Gustavo Penna, no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul da capital mineira.
Revolucionário
Sérgio Rodrigo Reis afirma que Guignard tinha um ‘jeito diferente de pensar arte’, focando apenas na criação, ‘sem medo de errar’. Ele explica que a forma do pintor de ensinar revolucionou a arte mineira, que passou a buscar identidade própria e não focar no padrão artístico europeu.
A exposição no Palácio das Artes começa com as obras de Guignard que sintetizavam a essência da mineiridade e passa por todos os métodos usados por ele para ensinar.
‘Guignard promoveu uma revolução criativa em Minas Gerais, que hoje pode ser vista e mensurada nas obras de tantos artistas mineiros que conseguiram trilhar um caminho próprio pro seu trabalho’, conta Sérgio.
Essa é a primeira de três exposições que durarão o ano inteiro. A homenagem segue um caminho linear. A primeira exposição mostra a arte de Guignard e artistas que tiveram aulas com ele. A segunda mostra a ‘geração Guignard’, alunos que foram ensinados seguindo os métodos dele. E, para fechar, a terceira será feita por alunos que estão se formando na Escola Guignard em 2024, que é parte da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).
O planejamento começou, conforme Reis, em 2022. Além das exposições, haverá usinas, filmes e documentário em homenagem a Alberto da Veiga Guignard.
A exposição ‘A Paixão Segundo Guignard’ tem curadoria de Paulo Schmidt e Claudia Renault. Obras de Guignard e dos assistentes Edith Behring, Franz Weissmann e outros alunos também poderão ser vistas.
Ela pode ser visitada até o dia 12 de maio, de terça a sábado de 9h às 21h e aos domingos de 17h às 21h. A classificação indicativa é livre e a entrada é gratuita.
Projeto 80 e Sempre
A exposição ‘A paixão segundo Guignard’ faz parte do projeto ’80 e Sempre’, que busca celebrar os 80 anos da Escola Guignard. A abertura da programação, que durará o ano inteiro, aconteceu nessa terça e quarta (27 e 28), com o concerto ‘As Minas de Guignard - Homenagem aos 80 anos da Escola Guignard’, pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG).
As outras duas exposições no Palácio das Artes também farão parte do Projeto 80 e Sempre.
Várias ações serão promovidas na sede da Escola Guignard, no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul de BH. No dia 30 de março, que marca o dia em que Guignard ministrou a primeira aula em BH, será realizada a exposição ‘Era uma vez...’, na Galeria da Escola Guignard.
Aulas de desenho, observação, criação e outras oficinas serão atividades ministradas por artistas, professores e estudantes durante o projeto.
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Além das atividades em BH, o Museu Casa Guignard, em Ouro Preto, realizará a exposição temporária: “Desenhos de Guignard na Coleção Priscila Freire”, a qual faz parte das comemorações dos 128 anos de Guignard, completados no dia 25/2, e dos 37 anos da instituição, a serem celebrados no próximo 7/3.
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