O sargento Roger Dias, assassinado por um criminoso durante uma perseguição em Belo Horizonte, terá direito à promoção post-mortem, concedida a militares que perdem a vida durante o trabalho. A informação foi confirmada à Itatiaia pela Polícia Militar (PM) nesta quarta-feira (10), um dia após o sepultamento do corpo do militar no cemitério Bosque da Esperança, região Norte da capital.
“O militar que falece em consequência de acidente no desempenho de suas funções ou de ato por ele praticado no cumprimento do dever profissional, como no caso do sargento Dias, fará jus à promoção post-mortem”, diz nota da PM.
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A PM acrescentou ainda que a família do militar terá direito a pensão acidentária. Os benefícios ocorrem após análise dos critérios existentes. “Somente após essa verificação são garantidos esses direitos à família do militar”, pontua a nota.
No caso do policial Roger Dias, ele será promovido a segundo sargento. Ele foi assassinado covardemente por Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, criminoso que tem mais de 18 passagens e, mesmo assim, teve concedido o benefício da ‘saidinha de Natal’ e não voltou para a prisão.
O crime ocorreu sexta-feira (5), durante uma perseguição no bairro Novo Aarão Reis, região Norte de BH. Ele passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas teve morte cerebral confirmada na noite de domingo (7).
Os órgãos do militar foram doados. A decisão da família foi tomada segunda-feira (8), horas depois de a morte cerebral ser confirmada.
Comoção
O velório e o sepultamento do sargento ocorreram nessa terça-feira (9)
O comandante-geral da PM, coronel Rodrigo Piassi, resumiu o sentimento da tropa. “O que aconteceu com o sargento Dias é o maior pesadelo de nós policiais e bombeiros: não voltar para a casa. É um momento de atenção que toda a nação precisa ter sobre o ambiente de insegurança que nós vivemos dentro do país’ disse o comandante, que avisou.
“A polícia nunca vai recuar. Esses argumentos de medo não serviram para o caso do Sargento Dias, nós estamos atrás dos bandidos e não serão essas distorções que tem no país que vai impedir que Polícia Militar faça seu trabalho”, disse.
Autor
Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, autor dos disparos à queima roupa contra a cabeça do sargento tem passagens por tráfico de drogas, roubo, lesão corporal, ameaça, entre outros. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves.
A juíza justificou a decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o MP tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça (TJMG) e não recebeu nenhum retorno.
A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) lamentou vincular o ataque a tiros ao policial militar Roger Dias da Cunha à decisão que concedeu o benefício da saída temporária ao suspeito do crime. Segundo a entidade, o caso reflete problemas como a desigualdade social e a existência de uma sociedade “cada vez mais violenta”.
Justiça
Após cinco meses, o T