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Éris: veja o que se sabe sobre a nova subvariante da Covid-19 registrada em Minas

Cepa já circula em pelo menos três regiões do estado; cepa pode estar relacionada com o aumento no número de casos em BH

Minas Gerais já registra casos da nova subvariante da Covid-19, chamada de Éris. Segundo o Laboratório Central de Saúde Pública da Fundação Ezequiel Dias (Lacen-MG/Funed), a circulação do vírus já foi identificada em pelo menos três regiões do estado: Sul de Minas, Alto do Jequitinhonha e região metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com André Felipe Leal, servidor do Serviço de Virologia e Riquetsioses (SVR) da Funed, a variante Éris foi identificada pela primeira vez no início de setembro em uma amostra coletada no Sul de Minas Gerais.

A Éris (ou EG.5) é uma subvariante da ômicron e já foi identificada em 51 países, se tornando a cepa dominante na China, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.

Para o médico infectologista Carlos Starling, o aumento de casos de Covid-19 em Belo Horizonte pode estar relacionado com a cepa. “A entrada de uma nova subvariante pode ser um dos fatores relacionados ao aumento no número de casos, já que ela é mais contagiosa”, opina.

A subvariante Éris é perigosa?

Apesar de ser mais transmissível, o infectologista explica que ela não representa um maior risco. “A Éris é mais contagiosa, ou seja mais transmissível. Mas apesar de ser mais virulenta, ela não é mais agressiva. Ou seja, ela transmite mais, mas não necessariamente provoca infecções mais graves”, esclarece.

André Felipe Leal também explica que a Éris é capaz de driblar o sistema imunológico. “Tecnicamente essa subvariante difere de outras, pois ela apresenta um relativo sucesso em driblar o sistema imunológico e causar infecções. Mas esse sucesso não representa uma preocupação global em relação à saúde pública. Inclusive esse é o posicionamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), o que para nós é uma notícia feliz”, afirma.

Quais são os sintomas?

O infectologista Carlos Starling comenta que os sintomas da Éris são os mesmos das outras variantes do coronavírus. “Não tem muita diferença”, ressalta.

Os principais sintomas da Covid-19 podem incluir:

  • Febre;

  • Tosse contínua;

  • Mudança no paladar ou olfato;

  • Fadiga;

  • Coriza;

  • Dor de garganta;

  • Diarreia;

  • Dor no corpo;

  • Dor de cabeça;

  • Nos casos mais graves, o paciente pode apresentar falta de ar.

A vacina da Covid-19 é eficaz contra a Éris?

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que não há necessidade de mudança nas recomendações vigentes em relação à vacina contra a Covid-19.

O infectologista Carlos Starling esclarece que a vacina protege contra as formas mais graves da doença, mesmo se causada pela nova subvariante. “Estar com a vacina em dia protege contra as formas mais graves da Covid-19, particularmente aquelas pessoas mais vulneráveis. Ou seja, pessoas idosas, acima de 65 anos em geral, e portadores de doenças crônicas de base”, ressalta.

Como é feito o exame para a detecção da subvariante?

De acordo com o servidor da Funad, o exame responsável por identificar qual é a variante do vírus da Covid-19 é o sequenciamento genético. Mas antes de ser sequenciada, a amostra deve passar pelo diagnóstico molecular para determinar se há a presença do coronavírus.

“Se essa amostra tiver a presença do coronavírus, ela passa por alguns critérios técnicos para se tornar elegível para ser sequenciada. Após o sequenciamento há a determinação do genoma daquele vírus. A partir do genoma, a amostra é submetida a análises bioinformáticas que determinam quais são as variantes que estão circulando”, explica o especialista.

Formou em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
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