Uma tentativa de doação de bebê se transformou em caso de polícia em Contagem, na Grande BH. Segundo o Boletim de Ocorrência, uma mulher, de idade não revelada, postou em um grupo de WhatsApp que teria uma criança e gostaria de doar o bebê. No mesmo grupo, um casal de homossexuais residente em Conselheiro Lafaiete se interessou.
A mãe, então, começou a conversar com o casal e eles decidiram que, durante o parto, um deles acompanharia o nascimento da criança.
Quando o bebê nasceu, a mãe entregou os documentos ao homem, que foi registrar a criança.
Depois disso, ainda segundo informações do Boletim, os dois conversaram. O homem pediu à mulher que ela se mudasse para Conselheiro Lafaiete, para amamentar o bebê. Ela se negou e desfez o trato, afirmando que não mais deixaria o bebezinho ir morar com ele.
O homem procurou uma assistente social do Hospital Municipal de Contagem e a Polícia Militar acabou sendo acionada. A expectativa é de que o homem se apresente em uma delegacia na noite deste domingo (29) para ser ouvido. O parto aconteceu na semana passada.
Outro lado
A reportagem da Itatiaia localizou o casal que adotaria a criança, que afirmou que a versão da mãe registrada no boletim de ocorrência não condiz com a realidade dos fatos. Durante entrevista, eles relataram que queriam apenas cuidar da criança e desde o primeiro momento teria afirmado que não pagaria nada à mulher, apenas cuidaria do pequeno para ele crescer sendo amado e de forma confortável.
Os dois ainda teriam dito à mulher que não registraria o menino como filho biológico, pois isso poderia dar algum problema, mas, segundo eles, ela os envolveu e os induziu a registrar.
A mãe do bebe até confirmou ao casal que o possível pai da criança teria pedido para ela abortar a gravidez. Os dois chegaram a arrumar todo o quarto que seria do bebe e a cuidar de um menino dela durante as últimas semanas de gestação, pois ela não conversava com nenhum familiar e não queria que ninguém soubesse.
O casal ressaltou que os amigos e familiares da mulher relataram que ela mente compulsivamente a vida toda e que já tiveram vários problemas com isso.
Posicionamento Hospital Municipal
“O Serviço Social Autônomo de Contagem informa que está ciente do caso e que acionou o Conselho Tutelar para definições judiciais. O bebê e a mãe seguem internados no Centro Materno Infantil, e a instituição aguarda as orientações legais para a alta.”
Entrega voluntária
Desde 2017 o Brasil tem uma lei que permite a entrega voluntária de bebês. Ou seja, se a mãe não quiser ou não puder ficar com a criança após o nascimento dela, é possível entregar a criança para adoção, de forma legal e segura. Durante o processo, todos os envolvidos são acompanhados por psicólogos e assistentes sociais.