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Edifício de BH construído durante guerra possui abrigo antiaéreo; saiba mais

Bunker no Acaiaca, no Centrão da capital mineira, foi transformado em área de carga e descarga; ouça a reportagem completa em áudio

Acaiaca é um dos edifícios mais icônicos da capital mineira

Duas carrancas que são as faces de dois índios representam os indígenas da terra do idealizador do prédio: Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os rostos gigantes estão na fachada do Edifício Acaiaca, um dos mais conhecidos da capital mineira. Construído durante a guerra, o prédio possui um bunker, ou seja, um abrigo antiaéreo para o caso de um ataque (ouça a matéria completa no fim da página).

O Acaiaca foi construído durante a Segunda Guerra Mundial. Localizado na avenida Afonso Pena, entre as ruas Espírito Santo e Tamoios, e em frente à Igreja São José, o prédio marcou a história da capital mineira como um dos primeiros arranha-céus da cidade, segundo a professora de arquitetura da UFMG, Vanessa Borges.

“Foi primeiro o grande dito arranha-céu com seus trinta pavimentos, equivalentes a 120 metros de altura. Um conjunto de elevadores de grande velocidade. É conhecido também pelos belo-horizontinos que chega do térreo ao 25° pavimento em 20 segundos; a presença de um bunker, um abrigo anti-aéreo que é uma particularidade da legislação urbanística durante o período da Segunda Grande Guerra Mundial, além das múltiplas funções abrigadas por esse complexo, como salas, lojas e cinema.”

Parte do Acaiaca é tombado pelo Patrimônio Municipal e por isso ele mantém características da época. A diretora de patrimônio cultural e arquivo público, François de Oliveira, explica o significado patrimonial do edifício.

“Significa dizer que o poder público reconhece que aquela edificação, aquele território ou aquele bem imóvel, tem um valor que é coletivo, um valor para a sociedade. Que pode ser um valor em função da sua importância histórica, em função da sua importância estética e artística. Às vezes não tem nenhuma grande relevância arquitetônica e histórica, mas tem uma importância simbólica para uma determinada comunidade, porque deu o uso que é importante para aquele bem cultural e ele passa a ser o elemento de identidade pra essa comunidade.”

O atual síndico do prédio tem uma relação com o Acaiaca desde criança. Conheceu o prédio, levado pelo pai, ainda pequeno e se impressionou com a grandiosidade da construção. Antônio Rocha Miranda fala sobre a versatilidade do prédio.

“Aqui funcionou a TV Itacolomi no 23° e 24° andares. Aqui funcionou a Faculdade Letras da UFMG.”

Atualmente, o Acaiaca tenta se reinventar e tornar atração turística além de aproveitar o movimento das noites de Belo Horizonte, através do Acaiaca Rooftop que faz eventos no alto do prédio diante da paisagem estonteante da cidade vista do alto. Para Miranda a vista é incomparável.

“Lá em cima nós temos uma vista maravilhosa de 360°. Eu costumo dizer que a vista mais bonita de Minas Gerais. No meu livro que chama Edifício Acaiaca, o Colosso Humano e Concreto eu digo o seguinte: vir à Belo Horizonte e não conhecer o edifício Acaiaca é como você ir à Paris e não visitar a Torre Eiffel.”

Ouça a reportagem de Edson Costa completa em áudio:

(Esta matéria foi veiculada originalmente em junho de 2022)

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