A onda de calor que atinge Belo Horizonte há duas semanas afeta o funcionamento das casas de prostituição da rua Guaicurus, no Centro da capital mineira. De acordo com Cida Vieira, presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), algumas profissionais sofrem com desidratação e problemas de pressão arterial, já que a maioria dos hotéis não tem ar-condicionado. Além disso, Cida diz que o movimento de clientes caiu 30% nos dias de pico de calor.
“Devido ao calor, houve uma diminuição de 30% na clientela das meninas. Não sei o motivo que (os clientes) estão alegando, mas está fazendo muito calor e o espaço é fechado. Tem essa questão também. Muitos estão preferindo a noite. Mesmo assim, devido ao abafamento, não está tendo como. E as meninas estão reclamando da falta de clientes, sim. E muito”, ressalta.
Segundo ela, as garotas de programa da Guaicurus também têm sofrido com desidratação e outras questões de saúde. “Devido ao abafamento, muitas mulheres estão se queixando da pressão arterial. Algumas estão com a pressão baixa e outras com a pressão alta, causando tonteira e até desidratação. A gente está orientando a ter sempre uma garrafinha com água. A cada atendimento, tomar muita água”, disse Cida.
Ela afirma, ainda, que alguns hotéis estão perdendo clientes por não ter ar-condicionado e têm ficado vazios. “Os que têm ar registram movimento melhor”, explica Vieira.
Na última segunda-feira (25), Belo Horizonte registrou a maior temperatura da história, com 38,6°C. A umidade relativa do ar chegou aos 13%, considerada baixíssima. A previsão é de que o calorão dê trégua a partir desta sexta-feira (29). Inclusive, a capital teve chuvas na madrugada desta quinta (26).
Dados da Aprosmig apontam que 4.500 mulheres trabalham na região da Guaicurus.
