O número de empresas do comércio varejista de Minas Gerais que vendem pela internet caiu 52%, segundo um estudo do Sistema Fecomércio Minas. A retomada do atendimento presencial no pós-pandemia e o alto custo podem explicar o resultado.
De acordo com os dados do estudo, apenas 35% dos empresários que mantêm presença no mercado online, seja com sites ou perfis em redes sociais, finalizam o negócio pela plataforma. Na pesquisa de 2022, o percentual era de 75%.
Entre os possíveis motivos para esse resultado negativo, estão o alto custo da operação online, a dificuldade para se encontrar mão de obra especializada e a retomada da economia e das atividades presenciais com o fim da pandemia.
Internet se torna ferramenta dos empresários
A economista da Fecomércio Minas, Gabriela Martins, vê no resultado da pesquisa uma tendência que a internet deixe de ser o único meio de atuação dos empresários, mas sim uma ferramenta para atrair mais clientes para vendas físicas.
“Tem muitos empresários que utilizam as redes, principalmente o Whatsapp, para fazer tudo. Usam de vitrine, mostram produtos, fazem promoções e chegam ao cliente. Mas, na hora de fechar a venda, vão para o presencial. A internet se mistura com o cotidiano do mundo físico. Podemos falar até em uma ‘venda híbrida’.”
A empresária Nathália Daibert é diretora de e-commerce da loja Daibert, que atua no ramo de ferragens e utilidades domésticas em Belo Horizonte. A empresa foi aberta em fevereiro de 2020, um mês antes da pandemia ser decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A empresária conta que a loja só conseguiu sobreviver ao período de crise global em função das vendas online. Mesmo com a volta dos clientes na loja física, as plataformas virtuais funcionam como uma espécie de vitrine para a empresa.
“O canal do site da venda online abre outras portas para a nossa loja. A procura pelo Whatsapp é maior, o Google Meu Negócio também angaria clientes: eles descobrem a gente por esse canal e vem à loja física. O mercado online aumenta as possibilidades de venda física e online.”
O levantamento também aponta que 85% dos entrevistados fazem as vendas online via redes sociais, como Facebook e Instagram. Cerca de 50% deles também utilizam o Whatsapp empresas para vendas e 16% operam nos chamados marketplaces, como Mercado Livre e Magazine Luíza.
A pesquisa avaliou o perfil de quatrocentas e seis empresas nos primeiros 15 dias de setembro em todas as regiões do estado. O índice de confiança é de 95%.