Pais e alunos da rede particular de Belo Horizonte, favoráveis à manutenção dos direitos dos professores, organizam manifestação de apoio à categoria para a tarde desta quarta-feira (13), na porta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) - Av. Getúlio Vargas, 225, bairro Funcionários -, onde vai ocorrer audiência de mediação do dissídio de greve a partir das 14h. Eles preparam faixas, camisas e adesivos em apoio aos docentes. Antes da agenda do TRT, os professores vão participar de audiência pública na Comissão do Trabalho da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), às 10h.
Além do apoio na sede do TRT, os pais fazem petições públicas e enviam cartas às escolas pedindo a manutenção dos direitos dos professores. A mobilização ocorre em grupos de mensagens de aplicativo.
“Tem escola infantil que a mensalidade (custa) mais de R$2.700, mais a alimentação de uns R$430. Ou seja, mais de R$ 3 mil não é um valor baixo e daria para renumerar e garantir os direitos dos professores”, escreveu um pai.
Em uma das cartas, pais ressaltam os motivos que os levam a apoiar o movimento.
“Tomamos conhecimento dos motivos que provocaram o movimento grevista: as ameaças dos donos de escola de alteração no calendário de férias, redução e mudança de regras do pagamento adicional por tempo de serviço, fim da isonomia salarial e alteração na política das bolsas de estudo, dentre outros abusos. Assim, os donos de escolas precarizam cada vez mais as condições de trabalho de uma categoria já bem pouco valorizada em nossa sociedade, a despeito de sua enorme importância na vida de todos nós”, diz o trecho.
“A decisão de manter a escola aberta pode favorecer algumas famílias, mas desfavorece sobremaneira a luta coletiva dos professores, ao minimizar o impacto da greve e, consequentemente, a pressão para o retorno às atividades regulares. Defendemos que é hora não de diminuir a pressão, mas de mantê-la e aumentá-la, pois só assim pode haver avanço nas negociações e recuo dos donos de escola sobre os direitos de seus empregados”, reforça.
Greve pode acabar?
A presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), Valéria Morato, informou à Itatiaia nesta quarta-feira (13) que a categoria não vai recuar, mas destacou que a greve pode acabar, caso a convenção atual seja mantida.
“Esperamos que haja entendimento por parte do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Estado de Minas Gerais), de que a categoria de professores não cederá mais do que já cedeu. O Sinepe precisa recuar nessa proposta de retirada de direitos. Mantendo a Convenção como está, não há motivo para a continuidade do movimento”, destacou.
O Sinpro-MG informa que mais de 40 escolas e 1.500 professores aderiram à greve.
Sinepe
Em mensagem postada nas redes sociais, o Sinepe disse ter compromisso em manter um diálogo aberto e construtivo com o Sinpro, no sentido de discutir os termos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)
“Acreditamos no entendimento com relação aos termos da CCT na reunião que acontecerá amanhã, no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT/3ª Região), estamos empenhados em assegurar um ambiente de trabalho justo e harmonioso para todos os envolvidos na educação privada em Minas Gerais”, disse.