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Secretários e filhos receberam dinheiro desviado de contrato de prefeitura em Minas, afirma Polícia Civil

Valor estipulado do convênio era de R$ 2,6 milhões, mas chegou a quase R$ 15 milhões após aditivos que indicam superfaturamento; secretária também recebeu transferência

Um empresário era responsável por comercializar produtos e dividir o dinheiro entre os envolvidos

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga uma possível fraude em um convênio da Prefeitura Municipal de Itabira e uma associação de apoio ao produtor rural, com superfaturamento de produtos e desvio de dinheiro público com os envolvidos no esquema, ocorrido em 2013. Os nomes dos suspeitos não foram revelados pelos investigadores.

A Itatiaia também procurou a atual gestão da Prefeitura de Itabira e aguarda retorno.

Segundo informações da polícia, o Programa Patrulha Agrícola da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento tinha objetivo de auxiliar no desenvolvimento sustentável da produção, além de garantir às comunidades rurais consciência ambiental, social, associativismo e acesso à pesquisa agropecuária.

O valor estipulado para execução do convênio era de R$ 2,6 milhões, mas, ao longo de três anos, chegou a quase R$ 15 milhões por conta de aditivos contratuais.

Desvio de dinheiro

Segundo investigações, um empresário de João Monlevade, região Central de Minas, era responsável por intermediar a compra de produtos e serviços superfaturados para e dividir o dinheiro com envolvidos no esquema.

Informações da Policia Civil dão conta de que o então secretário de Agricultura recebeu cerca de R$ 71 mil e seu filho R$ 56 mil. Além disso, o secretário-adjunto de Agricultura teria recebido R$ 27 mil e o filho do administrador R$ 95 mil. Por fim, a secretária da associação recebeu transferência a crédito do empresário no valor de R$ 13 mil.

Pessoas jurídicas

As investigações também apontaram que o empresário criou pessoas jurídicas para emitir notas fiscais falsas para justificar o dinheiro desviado, incluindo um faturamento de mais de R$ 680 mil.

As notas registravam movimentações de produtos como peças de veículos e máquinas, pneus, lubrificantes, peças para tratores e máquinas e recapagem de pneus.

Formado em Jornalismo pelo UniBH, em 2022, foi repórter de cidades na Itatiaia e atualmente é editor dos canais de YouTube da empresa.