Um juiz de Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, revogou a prisão do
Na decisão, o juiz Áderson Antônio de Paulo alega que a prisão preventiva foi decretada inicialmente para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal. No entanto, o magistrado afirma que a esposa e vítima do acusado se mudou de residência enquanto o homem estava preso, “portanto, não podia mais intimidá-lo”. Para o juiz, houve uma “cessação da periculosidade do agente”, que teria feito a prisão preventiva do suspeito se tornar desnecessária.
Apesar de ter a prisão preventiva revogada, o suspeito deve manter seu endereço atualizado, não se ausentar da Comarca de Ouro Preto por mais de 30 dias sem autorização, comparecer a todos os atos do processo e cumprir a medida protetiva que beneficiam a ex-esposa. Caso descumpra alguma medida, ele pode ser preso novamente.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o suspeito continuava preso no Presídio de Ouro Preto até às 17h desta quarta-feira (12).
Relembre o caso
Uma
Quando os militares chegaram ao local, a vítima evitou falar sobre o assunto. Mas, ao conversar com eles em local reservado, ela confirmou o cárcere e confessou ter medo do marido. Logo na sequência, o marido foi preso em flagrante.
A mulher era proibida de sair de casa, ter telefone celular, trabalhar e manter contato com amigos e familiares. O suspeito deixava a vítima e a filha trancadas em casa todos os dias para ir trabalhar. Ela era ameaçada de morte caso tentasse sair de casa, sofria agressões e xingamentos diariamente, além de ser obrigada a deixar o marido sacar o valor do Bolsa Família dela.
Ela morou em São Paulo até 2020, mas veio para Ouro Preto em 2020, com a filha de seis meses. Antes de ser proibida de ter um telefone, ela conversava com a irmã, que mora na Bahia, e dizia que estava angustiada. No último contato das duas, no ano passado, a irmã disse que iria pedir para que a polícia da Bahia entrasse em contato com a polícia de Minas. O marido viu a mensagem, retirou o aparelho da vítima e a ameaçou. Essa foi a última vez que as duas conversaram.
Em junho de 2018, o investigado foi denunciado por agredir a cunhada durante uma discussão durante um almoço de família. Na confusão, estilhaços de vidro atingiram o filho do suspeito, de 15 anos.
Na última sexta-feira (7), a Comarca de Ouro Preto