A bancária Vanessa Paz Lacerda, de 24 anos,
Na decisão, a magistrada destacou o fato de a bancária ser ré primária, ter moradia fixa e emprego formal.
“Sendo a autuada primária, com residência fixa e ocupação lícita, emprego formal no Banco Itaú, pelo o que entendo ser possível a concessão de liberdade provisória a autuada, mediante a fixação de medidas cautelares diversas da prisão”, destaca trecho da decisão.
A juíza determinou a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por três meses. A juíza também determinou que o feito seja acompanhado pela Promotoria de Direitos Humanos, já que Vanessa Paz Lacerda relatou na audiência de custódia “ter sofrido agressão no momento de sua prisão por parte de um dos policiais militares”.
Em nota, o Itaú Unibanco lamentou o ocorrido e reforçou que repudia “qualquer tipo de comportamento que esteja em desacordo com os princípios da organização que norteiam a conduta das pessoas”. O banco afirma que apura os acontecimentos para tomar as medidas cabíveis o mais brevemente possível.
Entenda
Vanessa foi presa na manhã do último domingo (18) após ser flagrada pilotando uma motocicleta bêbada e sem capacete na Praça do Cardoso, no Aglomerado da Serra, na região Centro Sul de Belo Horizonte. A suspeita ainda fez xingamentos racistas contra os militares.
A Polícia Militar (PM) foi acionada às 6h43 com a denúncia de que a suspeita estava pilotando uma moto sem capacete no entorno da Praça do Cardoso. Os militares abordaram a suspeita, que apresentava sinais de embriaguez, como andar cambaleante, fala desconexa, agressividade, olhos vermelhos e hálito etílico.
Segundo a ocorrência, os policiais tentaram conversar com Vanessa, que ignorava os agentes e apenas os xingava. A mulher disse que era parente de policial e “iria na corregedoria acabar com a vida dos PMs que abordaram ela”. Após as ameaças, a suspeita foi detida e levada para a companhia de polícia.
Ao chegar no local, os militares perguntaram se ela queria fazer o teste do bafômetro. Neste momento, ela xingou um dos soldados, dizendo: “seu filho da p***, seu negro fedorento, tenho dó dessa farda que você carrega”. Os xingamentos da suspeita foram filmados por um dos policiais.
A mulher disse que queria fazer o bafômetro, mas depois voltou atrás e desistiu. Em depoimento inicial com um delegado da Polícia Civil, ela confessou que bebeu e xingou os militares. O delegado ratificou a prisão pelos crimes de trânsito e por racismo, que é crime inafiançável.
*Com informações de Célio Ribeiro e Renato Rios Neto