A moradora da casa atingida por um ônibus da linha 6340 diz que o imóvel foi destruído e que não tem para onde ir com as três filhas. A família estava na casa no momento do acidente, na noite dessa segunda-feira (1º), quando o coletivo bateu na residência, localizada na esquina das ruas 53 e Ágda Carolina, bairro Florença, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Poliana Rocha contou que o acidente ocorreu por volta das 20h30, horário que ela geralmente fica na cozinha preparando o jantar.
“Ontem, decidi comprar um lanche e fomos eu e as minhas meninas para o quarto. Chegando lá, a gente estava deitada vendo o filme, escutei um estrondo e a casa tremeu toda”, contou a comerciante, que mantinha uma lojinha no local.
“Não sabia o que estava acontecendo, sai pulando janela, telhado com as meninas, para proteger elas, e comecei a gritar socorro no escuro, até que a vizinhança derrubou um pedaço do muro para tirar eu e as minhas meninas de lá. Minha menina machucou as pernas. Teve escoriações leves, mas teve. Foi muito assustador”, completou a mulher, que também se feriu e cita falta de apoio da empresa. “A Saritur não fez nada contra isso. Meu deixou no relento, sem dormir. Fiquei a noite toda na rua. Minhas filhas estão na mão de terceiros na vizinhança, porque eu não posso sair daqui e deixar minha casa toda aberta. Vamos ver o que eles vão fazer agora”.
Além de Poliana e de uma das filhas, o motorista e ficou ferido e foi levado para o hospital São Judas Tadeu. O ônibus ainda continua no local na manhã desta sexta (2). Inclusive, a hidrômetro da Copasa foi atingido e continua jorrando água.
“A Cemig tirou os fios e cortou a energia. Já ligamos para a Copasa um tanto de vez e nada da Copasa vir. Desde ontem (quinta-feira) que estávamos ligando, mas a Copasa não vem para dar um jeito nessa água, ou desligar pelo menos”, disse. “Perdi minha casa. Perdi totalmente a minha casa. Minha casa acabou. Agora vamos ver o que a empresa vai fazer, porque eu não tenho para onde ir e onde ficar”.
A reportagem entrou em contato com a Copasa e aguarda retorno. Já o Sintram, sindicato responsável pelas de empresas de ônibus da Grande BH, informou que está apurando a situação junto à concessionária responsável, mas destaca que é preciso aguardar a perícia para apontar as causas do acidente.
A Defesa Civil de Ribeirão das Neves é aguardada no local para avaliar a situação da residência.