O homem suspeito de manter a ex em cárcere privado por 4 dias em Venda Nova teve a prisão em flagrante convertida para temporária. A decisão foi do juiz Joaquim Morais Junior, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), nesta quarta (17).
O suspeito, de 35 anos, foi preso no dia 26 de abril após denúncias de agredir a mesma mulher, mas foi liberado no dia 29, com uso de tornozeleira eletrônica. Desde então, foi solicitado uma medida protetiva contra ele.
Na última sexta-feira (12), ele arrombou a janela do quarto da vítima e invadiu a casa. O agressor, então, tomou posse das chaves e do celular da ex-companheira, para evitar que ela saísse e se comunicasse com qualquer pessoa.
Conforme citado na decisão, a vítima sofreu agressões durante os dias em que foi submetida a cárcere.
“O autuado começou a enforcar a vítima, que chegou a ficar sem fôlego, enquanto segurava a criança, que ainda dormia, para tentar conter as agressões do autor. A vítima informou que após a criança acordar, esta foi brincar no quarto da vítima, momento em que o autor reiniciou as agressões, proferindo palavras de baixo calão e ameaças de morte, tendo, inclusive, desferidos socos e chutes em várias partes do corpo da vítima, além de puxões de cabelo, enfiou o dedo em seu olho esquerdo, causando um hematoma, dizendo que iria furar o olho dela”, detalha o documento.
Bilhete
O filho de 4 anos insistiu para que o suspeito o deixasse ir à escola, e pediu que a mãe o levasse. Ela aproveitou um momento de desatenção do ex-companheiro para escrever o bilhete em um caderno de atividades.
A mãe sabia que a professora sempre conferia o material dos alunos, e aproveitou a oportunidade para pedir socorro.
O suspeito acompanhou a mãe com o filho com uma faca na cintura enquanto segurava a mão da vítima e a ameaçava, dizendo que se ela tentasse pedir ajuda ou chamar a polícia, iria matá-la.
‘Socorro, liga para a polícia, aí tem meu endereço. Estou sendo agredia há quatro dias, não manda mensagem nenhuma’, dizia o bilhete. A Polícia Militar foi acionada por profissionais de educação do EMEF Jardim Leblon e se deslocaram à casa da vítima.