A Justiça condenou um clínico geral acusado de ocupar um cargo inexistente no Hospital Público Municipal de Paracatu, na região Noroeste de Minas Gerais. O profissional, que também deu vários atestados falsos para comprovar seu suposto trabalho, foi condenado a pagar uma multa milionária e perdeu seu cargo.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o clínico geral teria forjado declarações de que executou 512 plantões; 1.111 sobreavisos; 90 cirurgias e várias horas de trabalho noturno na unidade de Saúde, entre janeiro de 2017 e dezembro de 2020.
Durante a investigação, o clínico geral confessou que não executou cirurgias ou plantões e não conseguiu comprovar o que fazia além das atividades administrativas, realizadas entre as 13h e às 17h. De acordo com testemunhas, incluindo de defesa, o profissional possuía um consultório particular.
Além dessas irregularidades, o clínico geral encontrou alguma forma de exercer a função de diretor técnico do Hospital de Paracatu, o “que lhe gerou poder e liberdade para lançar em seu quadro de frequência as gratificações indevidas”. Com o novo cargo, seu salário passou de menos de R$ 7 mil para mais de R$ 20 mil por mês, uma alta de 186%. O cargo não era previsto na estrutura municipal.
A Comarca de Paracatu determinou que o clínico geral fosse exonerado do cargo. Ele terá de pagar mais de R$ 1,6 milhão de multa como reparação aos danos causados ao cofre público. O valor corresponde aos salários recebidos entre 2017 e 2020 corrigidos pela inflação e juros. O médico também está impedido de receber benefícios ou incentivos fiscais do Poder Público.